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sexta-feira, 12 de julho de 2019

O ritual feminino que utiliza sangue de menstruação

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Para Laura Mocellin Teixeira passar o próprio sangue na pele 
simboliza "o resgate do feminino".

No apartamento onde vive, em São Paulo, a médica gaúcha de 27 anos pega o sangue da menstruação, passa parte do líquido no rosto e rega as plantas com o restante, diluído em água.

O ritual - que transforma em fotos, stories e textos explicativos - é parte de um movimento que cresce no Brasil e se espalha nas redes sociais com o nome de "Plantar a Lua".

O movimento se inspira em "tradições ancestrais" em que o sangue menstrual é celebrado e visto como símbolo de fertilidade.

O ato também é apresentado como forma de combate a preconceitos.

domingo, 30 de junho de 2019

Medusa foi vítima de violência sexual porém a história a transformou em monstro

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Uma das mais reconhecíveis e emblemáticas personagens da mitologia grega, com seus cabelos de cobra a Medusa transformava em pedra qualquer um que olhasse diretamente em sua direção. Como toda história mitológica da época, não existe um autor específico por trás da lenda da Medusa, mas sim versões de diversos poetas. 

A mais conhecida história desse monstro ctônico do sexo feminino diz que ela teria tentando competir com a beleza da deusa Atena, que a transformou em um górgona, um tipo de monstro. O poeta romano Ovídio, porém, conta outra versão da história da Medusa – e nela a história de como uma bela donzela com cabelos cacheados que se transformou em um monstro é também o relato assombroso de um estupro.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

5 civilizações africanas e seus impérios tão impressionantes quanto os do Egito

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Desconhecidos pela maioria das pessoas, inúmeros reinos floresceram no continente africano durante a Antiguidade e Idade Média, controlando rotas comerciais e o poder local.

Conheça alguns desses Impérios, que produziram grandes monumentos e marcaram o território até os dias atuais.

domingo, 23 de junho de 2019

Maior genocídio da Humanidade foi feito por europeus: Mais de 70 milhões morreram

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“O Maior Genocídio da História da Humanidade — mais de 70 milhões de vítimas entre os povos originários das Américas - Resistência e Sobrevivência”. Tudo isso é o título da capa do livro de Marcelo Grondin e Moema Viezzer, editado por Princeps, em Toledo, Estado do Paraná, em 2018.

Viezzer e Grondin, na apresentação do livro, citam documento que assegura que a invasão europeia nas Américas, desde 1492, provocou um extermínio entre 90 e 95% da população total. Assustados com esses dados foram, pesquisar e chegaram à conclusão de que a conquista e ocupação territorial pelos europeus provocou ao longo dos séculos, cerca de 70 milhões de mortos. 

Sem dúvidas, o maior genocídio da história da humanidade.

No México, foram assassinados 20 milhões, nos Estados Unidos, 18 milhões, nos países andinos foram mais de dez milhões, no território brasileiros mais de quatro milhões. Todas essas mortes foram por massacre provocado por tropas militares, enfermidades, fome, trabalho forçado, castigos corporais em regime de escravidão, deslocamentos para lugares inóspitos.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Fatos sobre Leonardo da Vinci que você talvez não conheça

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Leonardo di Ser Piero da Vinci, ou simplesmente Leonardo da Vinci , nasceu no vilarejo de Anchiano (parte da comuna de Vinci na região da Toscana no dia, 15 de abril de 1452.

Ele foi uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento, que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico.

É ainda conhecido como o percursor da aviação e da balística. Leonardo frequentemente foi descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos e como possivelmente a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido.

Nascido como filho ilegítimo de um notário, Piero da Vinci, e de uma camponesa, Caterina, em Vinci, na região da Florença, foi educado no ateliê do renomado pintor florentino, Verrocchio. Passou a maior parte do início de sua vida profissional a serviço de Ludovico Sforza (Ludovico il Moro), em Milão; trabalhou posteriormente em Veneza, Roma e Bolonha, e passou seus últimos dias na França, numa casa que lhe foi presenteada pelo rei Francisco I.

Confira na lista abaixo alguns fatos bastante curiosos acerca  deste gênio do Renascimento, que é lembrado até hoje por suas magníficas obras:

sábado, 15 de junho de 2019

A prostituição já foi um ato religioso

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Pintura de Van Gogh, Sien.

O costume pode assombrar as mais liberais das mocinhas, mas foi registrado pelo grego Heródoto, no século 3 a.C. Na Babilônia, nenhuma mulher se casava antes de passar pelo templo de Istar, deusa do amor e da fertilidade. Lá, ficava à espera do primeiro homem que lhe jogasse uma moeda. Os mais generosos jogavam três. Mas o que importa é que a mulher não podia recusar o parceiro: para os babilônicos, a deusa ficaria muito ofendida caso a oferta não fosse aceita, e o casamento da jovem não teria o menor futuro. 

sexta-feira, 14 de junho de 2019

São Cipriano - Conheça a história do feiticeiro

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A lenda de São Cipriano - O Feiticeiro - confunde-se com um outro célebre Cipriano imortalizado na Igreja Católica, conhecido como Papa Africano. Apesar do abismo histórico que os afasta, as lendas combinam-se e os Ciprianos, muitas vezes, tornam-se um só na cultura popular. É comum encontrarmos fatos e características pessoais atribuídas equivocadamente. Além dos mesmos nomes, os mártires coexistiram, mas em regiões distintas.

Cipriano – O Feiticeiro - é celebrado no dia 2 de Outubro. Foi um homem que dedicou boa parte de sua vida ao estudo das ciências ocultas. Após deparar-se com a jovem (Santa) Justina, converteu-se ao catolicismo. Martirizado e canonizado, sua popularidade excedeu a fé cristã devido ao famoso Livro de São Cipriano, um compilado de rituais de magia.

A fantástica trajetória do Feiticeiro e Santo da Antioquia, representa o elo entre Deus e o Diabo, entre o puro e o pecaminoso, entre a soberba e a humildade. São Cipriano é mais que um personagem da Igreja Católica ou um livro de magia; é um símbolo da dualidade da fé humana.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

As visões pós-apocalípticas na arte surrealista de Zdzislaw Beksinski

Pintura de Zdzislaw Beksinski



Zdzislaw Beksinski foi um renomado artista polonês nascido em 24 de Fevereiro de 1929, vindo a ser assassinado em 21 de Fevereiro de 2005 à facadas.  Beksinski foi pintor, fotografo, escultor e, já no final da vida, começou a trabalhar com arte digital.

Nasceu na cidade de Sanok, sul da Polônia e depois de estudar arquitetura mudou-se para Cracóvia para trabalhar como supervisor de construção, mas o que lhe fascinava na época era fotografia artística e fotomontagem, além de escultura e pintura.

Na época fez esculturas de gesso, metal e fios e produziu diversas fotografias com paisagens e objetos obscuros e acidentados típicas da arte gótica e barroca. Mais tarde concentrou-se nas pinturas com temas abstratos e puxando mais para o lado do surrealismo e fazendo as vezes referências à arte de de Bruegel, Ernst ou Bosch e ao contemporâneo suíço HR Giger.

Uma exposição feita em Varsóvia, em 1964, confirmou o esplendor de seu talento, uma vez que conseguiu vender todas as obras.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Artista usa 20 drogas diferentes e produz ilustrações expressando seus estados alterados de consciência

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Algo que me intriga e ao mesmo tempo me encanta são estados alterados de consciência, existem meios de se alcançar tais estados naturalmente, como por meio da meditação. Porém, para resultados mais intensos, muitos utilizam drogas (sintéticas ou não).

Vale ressaltar que essa matéria não faz nenhuma apologia ao uso de drogas, não é de hoje que muitos artistas fazem uso de psicoativos em busca de inspiração que surge durante o efeito da substância consumida, ou seja, durante um estado alterado de consciência proporcionado pelo determinado psicotrópico.

Um exemplo disso são os Beatles, durante a produção de seu álbum de maior sucesso, "Sgt. Pepper's Lonely Hears Club Band", os integrantes da banda fizeram uso de LSD, uma droga que se tornou bastante popular nos anos 60 durante o movimento Hippie. 

Mas isso é apenas um exemplo, outro dia escrevo uma matéria voltada apenas para esse assunto, sem mais delongas, vamos ao que interessa, as obras de arte de Brian Pollett em seus diferentes estados de consciência.

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segunda-feira, 3 de junho de 2019

Iluminados de Thanateros [IOT] - quem são?

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The Illuminates of Thanateros (Os Iluminados de Thanateros) trata-se de uma organização mágica internacional que se concentra no trabalho prático de grupo voltado a magia do caos. A ideia foi anunciada pela primeira vez em 1978, enquanto a ordem propriamente dita foi formada em 1987. Esta sociedade mágica fraterna tem sido uma influência importante em algumas formas de ocultismo moderno.

O nome "Thanateros" é uma combinação dos nomes "Thanatos" e "Eros" - os deuses gregos da morte e do amor/sexo, respectivamente. A ideia é que o amor/sexo e a morte representam os métodos "positivos e negativos" de atingir a "consciência mágica". A palavra "Ilumina" é usada de acordo com a tradição reivindicada de chamar tais sociedades - nas quais aqueles que dominam os segredos da magia ajudam a trazer outros a maestria - "os Illuminati ".

Seu nome formal é O Pacto Mágico dos Iluminados de Thanateros, que geralmente é encurtado para "o Pacto".


 Deixarei logo abaixo um texto explicando mais a fundo sobre do que se trata a organização, texto esse escrito por Peter Carroll, um praticante da magia do caos, tendo publicado diversos livros (se tornando referência) sobre o assunto além de ser um co-fundador da IOT, depois farei uma matéria dedicada apenas a essa personalidade bem importante para a "cena caótica".

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quarta-feira, 29 de maio de 2019

Como a suástica se tornou o símbolo do nazismo?


A associação é quase sempre automática: ao pensar em nazismo, num instante vem à mente a imagem de uma suástica. O que muita gente desconhece, porém, é que esse símbolo não foi inventado pelos nazistas. Não se sabe exatamente quando foi usado pela primeira vez, mas é certo que ele tem milênios de história.

Ornamentava, por exemplo, objetos decorativos e utensílios domésticos da antiga Mesopotâmia – atual Iraque – datadas de 7.000 a.C. Foi usado também por bizantinos na Europa, maias e astecas na América Central e índios navajos na América do Norte. Para todos esses povos, a suástica era uma representação de boa sorte. Não por acaso, a palavra vem do sânscrito svastika, que quer dizer “condutora do bem-estar”.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Cemitério indígena de 500 anos é encontrado oculto na Amazônia

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Arqueólogos do Instituto Mamirauá encontraram na Amazônia um cemitério com nove urnas funerárias de uma população indígena que pode ter habitado a região há cerca de 500 anos. Esta é a primeira vez que cientistas brasileiros localizam e escavam urnas funerárias da chamada Tradição Polícroma - conjunto de cerâmicas da pré-história sul-americana - diretamente do solo.

"Urnas funerárias como as que foram encontradas são comuns pela Amazônia brasileira e nas partes amazônicas de países como Peru e Equador", afirma o arqueólogo do Instituto Mamirauá, Eduardo Kazuo Tamanaha. "Mas os pesquisadores costumam recebê-las da mão de moradores do local, que de fato encontram os artefatos e os retiram da terra. Agora, escavar e encontrar uma cova com as urnas dessa cultura, do jeito que estavam, e realizar todo o registro científico, é algo inédito." 

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Akhenaton - O Faraó Extraterrestre


Akhenaton ou também chamado de Aquenáton (seu nome inicial era de Amen-hotep IV ou, na versão helenizada, Amenófis IV) foi um grande faraó da XVIII Dinastia egípcia, que governou por 16 anos, de 1352 a 1336 a.C. Foi muito importante para a história do Egito, pois durante seu reinado tentou realizar diversas mudanças na cultura egípcia.

Akhenaton mudou a capital do Egito, que antes do seu reinado era Tebas 
para uma nova cidade que mandou erguer à qual nomeou de 
Akhetaton (ou Amarna).

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Porém a mudança mais marcante realizada por Akhenaton foi na parte cultural/religiosa, quando destituiu o culto ao deus Amon e privilegiou o culto ao deus Aton, assim também tentando empregar uma cultura religioso monoteísta.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

É descoberto túmulo egípcio de 4 mil anos que parece recém pintado

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Todo mundo já conhece as proezas arquitetônicas e artísticas dos antigos egípcios e, isso diz respeito não apenas à criação das incríveis obras, mas sobretudo à preservação das mesmas, que sobrevivem a alguns milênios, sem falar da cultura e do conhecimento incrivelmente avançado desse povo. Na semana passada, o Ministério de Antiguidades do Egito revelou uma tumba tão preservada, com relevos e cores ainda tão vivas, que parece recém pintada. Porém, pasmem: 

Esta fantástica obra de arte foi pintada há mais de 4 mil anos!

(clique em "mais informações" para conferir o artigo completo)

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Ghouls: As entidades canibais da cultura árabe

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Atwork por Aeron Alfrey


No folclore árabe, os ghouls eram monstros que se disfarçavam, geralmente de belas mulheres, mas em alguns casos se transvestiam de homens também, para devorar os incautos. Essas criaturas acabaram popularizadas no ocidente através da obra "As Mil e Uma Noites".

Seu nome era Amina. Essa foi a noiva arranjada pelos pais para Sidi Nouman. Até o dia do casamento, diante do imã, o noivo só conheceu seus olhos, a única parte da moça revelada por trás do niqab. Foi com extremo alívio que, na lua de mel, ele finalmente pôde ver sua pele. Amina era extremamente atraente.

A paz não durou. Já na manhã seguinte, Sidi notou que havia algo estranho com ela. Em sua primeira refeição, a noiva recusou qualquer alimento, satisfazendo-se com poucos grãozinhos de arroz. E assim continuou por todos os dias, ela sempre se dizendo cheia e satisfeita. Sidi passou a ser assombrado pela possibilidade de sua preciosa esposa morrer de fome. Até que, numa noite como outra, percebeu que ela desaparecia para a rua enquanto ele dormia.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Lampião - O Rei do Cangaço

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Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, nascido em 4 de junho de 1898 e morto no dia 28 de julho de 1938 aos quarenta anos.  

Nascido na cidade de Vila Bela, atual Serra Talhada, no semiárido do estado de Pernambuco, foi o terceiro filho de José Ferreira da Silva e Maria Lopes de Oliveira. O seu nascimento só foi registrado no dia 7 de agosto de 1900. Até os 21 anos de idade ele trabalhava como artesão, era alfabetizado e usava óculos para leitura, características bastante incomuns para a região sertaneja e pobre onde ele morava. Uma das versões a respeito de seu apelido é que ele modificou um fuzil, possibilitando-o a atirar mais rápido, sendo que o cano aquecia tanto que brilhava dando a aparência de um lampião.

Sua família travava uma disputa mortal com outras famílias locais até que seu pai foi morto em confronto com a polícia em 1919. Virgulino jurou vingança. Tornou-se um mito em termos de disciplina. O bando chamava os integrantes das volantes de "Macacos" - uma alusão ao modo como os soldados fugiam "pulando" quando avistavam o grupo de Lampião.

Durante os 20 anos seguintes (começou aos 21 anos), Lampião viajou com seu bando de cangaceiros, que nunca ultrapassou o número de 50 homens, todos a cavalo e em trajes de couro, chapéus, sandálias, casacos, cintos de munição e calças para protegê-los dos arbustos com espinhos típicos da vegetação caatinga. Para proteger o "capitão", como Lampião era chamado, todos usavam sempre um poder bélico potente. Como não existiam contrabandos de armas para se adquirir, em sua maioria eram roubadas da polícia e unidades paramilitares. A espingarda Mauser e uma grande variedade de pistolas semiautomáticas e revólveres também eram adquiridos durante confrontos. A arma mais utilizada era o rifle Winchester.

Lampião pousando para fotografia junto de seus cangaceiros.
 

Lampião foi acusado de atacar pequenas fazendas e cidades em sete estados além de roubo de gado, sequestros, assassinatos, torturas, mutilações, estupros e saques. Entretanto para muitas pessoas, especialmente no Nordeste, tem-se imagem de que Lampião era como o Robin Hood do sertão brasileiro, que roubava de fazendeiros, políticos e coronéis para dar aos pobres miseráveis, que passavam fome e lutavam para sustentar famílias com inúmeros filhos.

 Lampião e Padre Cícero num debate inteligente, literatura de cordel publicada pela Editora Luzeiro.
  

Era devoto de Padre Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez, no ano de 1926, em Juazeiro do Norte.
 
Sua namorada, Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita, juntou-se ao bando em 1930 e, assim como as demais mulheres do grupo, vestia-se como um cangaceiro e participou de muitas das ações do bando. Virgulino e Maria Bonita tiveram uma filha, Expedita Ferreira, nascida em 13 de setembro de 1932. Há ainda a informação controversa de que eles tiveram mais dois filhos: os gêmeos Ananias e Arlindo Gomes de Oliveira, mas nunca foi comprovada a verdade dos fatos.

Lampião e Maria Bonita em uma das poucas fotografias juntos.


No dia 27 de julho de 1938, o bando acampou na fazenda Angicos, situada no sertão de Sergipe, esconderijo tido por Lampião como o de maior segurança. Era noite, chovia muito e todos dormiam em suas barracas. A volante chegou tão de mansinho que nem os cães pressentiram. Por volta das 5:15 do dia 28, os cangaceiros levantaram para rezar o ofício e se preparavam para tomar café; quando um cangaceiro deu o alarme, já era tarde demais.

Não se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar mais seguro, o bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva abriram fogo com metralhadoras portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa viável de defesa.

O ataque durou uns vinte minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar. Bastante eufóricos com a vitória, os policiais apreenderam os bens e mutilaram os mortos. Apreenderam todo o dinheiro, o ouro e as joias.

A força volante, de maneira bastante desumana para os dias de hoje, mas seguindo o costume da época, decepou a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão (os dois também tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Luís Pedro, Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela. Um dos policiais, demonstrando ódio a Lampião, desfere um golpe de coronha de fuzil na sua cabeça, deformando-a; este detalhe contribuiu para difundir a lenda de que Lampião não havia sido morto e escapara da emboscada, tal foi a modificação causada na fisionomia do cangaceiro. "Feito isso, salgaram os seus troféus de vitória e colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal. Os corpos mutilados e ensanguentados foram deixados a céu aberto, atraindo urubus. Para evitar a disseminação de doenças, dias depois foi colocada creolina sobre os corpos. Como alguns urubus morreram intoxicados por creolina, este fato ajudou a difundir a crença de que eles haviam sido envenenados antes do ataque, com alimentos entregues pelo coiteiro traidor.

Percorrendo os estados nordestinos, o coronel João Bezerra exibia as cabeças - já em adiantado estado de decomposição - por onde passava, atraindo uma multidão de pessoas. Primeiro, os "troféus" estiveram em Piranhas, onde foram arrumadas cuidadosamente na escadaria da Prefeitura, junto com armas e apetrechos dos cangaceiros, e fotografadas. Depois, foram levadas a Maceió e ao sudeste do Brasil.

 No IML de Aracaju, as cabeças foram observadas pelo médico Dr. Carlos Menezes. Depois de medidas, pesadas e examinadas, os criminalistas mudaram a teoria de que um homem bom não viraria um cangaceiro, e que este deveria ter características sui generis. Ao contrário do que pensavam, as cabeças não apresentaram qualquer sinal de degenerescência física, anomalias ou displasias, tendo sido classificados, pura e simplesmente, como normais.

Durante muito tempo, as famílias de Lampião, Corisco e Maria Bonita lutaram para dar um enterro digno a seus parentes. O economista Sílvio Bulhões, filho de Corisco e Dadá, em especial, empreendeu muitos esforços para dar um sepultamento aos restos mortais dos cangaceiros e parar, de vez por todas, a macabra exibição pública. Segundo o depoimento do economista, dez dias após o enterro de seu pai, a sepultura foi violada, o corpo foi exumado, e sua cabeça e braço esquerdo foram cortados e colocados em exposição no Museu Nina Rodrigues.

O enterro dos restos mortais dos cangaceiros só ocorreu depois do Projeto de Lei nº 2.867, de 24 de maio de 1965. Tal projeto teve origem nos meios universitários de Brasília (em particular, nas conferências do poeta Euclides Formiga), e as pressões do povo brasileiro e do Clero o reforçaram. As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram sepultadas no dia 6 de fevereiro de 1969. Os demais integrantes do bando tiveram seu enterro uma semana depois.

Apesar de tudo que eles fizeram, os cangaceiros, principalmente Lampião e Maria Bonita, são ícones admirados em nosso amado Nordeste, principalmente por sua coragem, viraram lenda e foram inspiração para diversos cordéis, além de livros e adaptações cinematográficas, sem falar das músicas (principalmente das festividades de quadrilha).