Sydney Langton, de 17 anos, possui uma paixão um pouco peculiar, que é empalhar animais mortos, arte conhecida como taxidermia. Confira na íntegra.
Esse assunto veio a ser compartilhado na mídia em fevereiro do ano passado (2019), não publiquei nada a respeito aqui no Mortalha e, para ser sincero, vi um post falando sobre o assunto recentemente, então resolvi pesquisar mais a fundo, e compartilhar esse artigo com vocês
Sydney Langton é uma estudante de 17 anos, apesar da escola, ela possui uma paixão um pouco peculiar, que é empalhar animais mortos. Apesar de ser algo tido como, digamos que incomum, a taxidermia é uma prática, tida por muitos entusiastas e taxidermistas, como uma arte.
Taxidermia é o termo dado o ofício de empalhar animais mortos, com os fins de estudo, resumindo, os taxidermistas retiram os órgãos do animal e preservam o corpo, de uma forma a ficarem esteticamente agradáveis, como estátuas, porém, animais reais, um dia dotados de vida.
Vale ressaltar que é um trabalho que exige um certo conhecimento e esforço.
Sydney Langton disse ter uma certa atração por essa área, desde os oito anos, e em suas palavras, relatou sobre os seus trabalho, e sua visão acerca do mesmo.
Confira esse relato, escrito por em um texto pela própria Sidney.
"Se você olhar o freezer de qualquer amigo meu, provavelmente vai encontrar batatas fritas, peixes ou sorvetes. Esse não é meu caso.
Meu freezer pessoal, guardado em um galpão na casa da minha família, está cheio de animais mortos em atropelamentos.
Nele há texugos e raposas, uma gaivota e um pato, além de alguns faisões e perdizes.Eles não servem para comer, é claro. São usados para meu hobby bastante incomum: empalhar animais (taxidermia).
Sei que é um mundo de nicho. Enquanto meus amigos estavam interessados em esportes ou leitura, eu estava pensando em animais mortos.
Se eu visse um ouriço morto ou um pássaro, eu iria lá cutucá-los com um bastão ou os levaria para casa para examinar, maravilhada com as anatomias deles.
Uma coruja empalhada, como a da imagem acima, podem custar
até 800 libras (R$ 3.800).
Meu interesse ficou mais aguçado quando, aos oito anos, visitei a casa de um amigo e vi a cabeça de uma raposa em uma parede.
Meus pais me ajudaram e comprei uma igual para mim, mas percebi rapidamente que aquilo não era suficiente.
Então comecei a pedir conselhos de alguns taxidermistas profissionais, e, no meu 13º aniversário, meus pais me deram de presente um curso no qual aprendi a empalhar um pássaro.
Foi um procedimento bastante complicado: aprendi como remover a carne dos ossos, separar as penas e encher tudo de lã desfiada. Tive que fazer infusões e costuras bastante precisas.
Sydney Langton trabalha apenas com animais, cuja causa da morte,
seja natural ou por atropelamento.
Depois desse curso, acho que aumentei bastante o meu repertório.
Desde então tenho feito raposas, texugos, doninhas e até uma coruja que tinha sido criada em cativeiro e morreu com 10 anos de idade.
Sou membro do Grêmio de Taxidermistas e assisto a conferências. E, apesar de esse não ser um ambiente com muitas mulheres ou adolescentes, os especialistas que conheci sempre me ajudaram e me encorajaram.
Meu trabalho também melhorou quando meus professores da escola disseram que eu poderia usar os animais como uma tarefa na área de artes.
Claro, sei que algumas pessoas acham a taxidermia uma coisa controversa.
Mas não tolero matar animais para taxidermia, e eu só aceito trabalhar com bichos que morreram de causas naturais ou que foram atropelados por carros.
Quando trabalho com espécies protegidas, como esquilos-vermelhos, preciso ter um documento oficial provando que não matei os animais para taxidermia.
Pessoalmente, acho o processo muito bonito. Vejo a criatura que estava ali naquele corpo. Também sinto que é um jeito de preservar os animais para estudos e também uma forma de mantê-los para os próximos anos.
Uma coruja e a cabeça de uma raposa, ambos entalhados por Sidney Langton,
em um trabalho de arte para a escola.
Só não gosto de empalhar animais de estimação, porque não sinto que seja possível capturar a personalidade do animal.
Meu hobby me levou a ser conhecida na região como "a garota da taxidermia".
Meus vizinhos batem na nossa porta com raposas e pega [tipo de pássaro], ou me dizem onde tem um animal morto. Meu pai e eu vamos até lá e os recolhemos quando temos certeza de que é seguro.
Gasto muito do meu tempo nesse trabalho. Um simples corvo pode levar 10 horas para empalhar, e pode ser difícil e frustrante. Às vezes termina em lágrimas.
Não se trata simplesmente encher um animal. O principal objetivo, de fato, é fazer com que as criaturas fiquem o mais realista possível em sua postura - isso necessita de muita habilidade, e eu ainda estou aprendendo.
Meu interesse cresceu tanto que pretendo ser uma taxidermista quando deixar a escola. Já tenho até vendido algumas peças.
Um pássaro ou animal pode custar de 80 libras (cerca de R$ 380), um texugo sai por 400 libras (R$ 1.900) e minha coruja vendo por 800 libras (R$ 3.800).
Pessoalmente adoro pássaros e uma das minha ambições é empalhar um pavão.
Acho que a taxidermia é um passatempo, mas, para mim,
também é uma arte de pura beleza."
Referências: O texto de Sidney foi divulgado,no Brasil, pela BBC News Brasil,
que também possui a autoria das imagens presentes neste artigo.
Levemente manipuladas digitalmente pela administração do Blog Mortalha.
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