Já realizei inúmeras postagens aqui no Mortalha abordando como assunto ciências ocultas, porém para organizar os posts, decidi criar esse quadro, ou melhor, série de artigos que intitulei como: Ocultismo Desvelado.
O termo já resume tudo, abordarei temáticas do ocultismo no intuito de compartilhar conhecimento com os leitores que se interessam pelo assunto, de forma clara e sem tabus, desvelando alguns mistérios.
Nessa primeira postagem dessa série trago os conceitos acerca de um símbolo bastante popular, não só no ocultismo, porém em todos os lugares. Quem nunca se deparou com o símbolo do pentagrama em algum lugar? Seja em filmes, pingentes, estampas de camisa, capas de CDs ou ate mesmo em tatuagens?
Para a maioria trata-se de um "símbolo do diabo", não estariam mais enganados, vale lembrar que já fiz uma serie de postagens abordando o conceito "diabo" para que entendam melhor, deixarei o link abaixo.
Pois bem, agora vamos conhecer um pouco a simbologia e os conceitos por trás desse signo que é o pentagrama (ou estrela de cinco pontas).
ORIGENS E CONCEITOS
Num dos mais antigos significados do pentagrama, os Hebreus designavam como a Verdade, para os cinco livros do Pentateuco (os cinco livros do Velho Testamento, atribuídos a Moisés). Na Grécia Antiga,era conhecido como Pentalpha, geometricamente composto de cinco As.
O pentagrama também é encontrado na cultura chinesa representando o ciclo da destruição, que é a base filosófica de sua medicina tradicional. Neste caso, cada extremidade do pentagrama simboliza um elemento específico: Terra, Água, Fogo, Madeira e Metal.
Cada elemento é gerado por outro, (a Madeira é gerada pela Terra), o que dará origem a um ciclo de geração ou criação. Para que exista equilíbrio é necessário um elemento inibidor, que neste caso é o oposto (a Água inibe o Fogo).
Uma representação do pentagrama na cultura chinesa.
A geometria do pentagrama e suas associações metafísicas foram exploradas por Pitágoras e posteriormente por seus seguidores, que o consideravam um emblema de perfeição. O símbolo utilizado pela Escola de Pitágoras era o pentagrama, que, como descobriu ele, possuía algumas propriedades interessantes.
Um pentagrama é obtido traçando-se as diagonais de um pentágono regular; pelas interseções dos segmentos desta diagonal, é obtido um novo pentágono regular, que é proporcional ao original exatamente pela razão áurea.
A geometria do pentagrama ficou conhecida como A Proporção Divina, que ao longo da arte pós-helênica, pôde ser observada nos projetos de alguns templos. Era um símbolo divino para os druidas. Para os celtas, representava a deusa Morrighan (deusa ligada ao Amor e a Guerra). Para os egípcios, era o útero da Terra, mantendo uma relação simbólica com as pirâmides.
Os primeiros cristãos tinham o pentagrama como um símbolo das cinco chagas de Cristo. Desse modo, visto como uma representação do misticismo religioso e do trabalho do Criador. Também era usado como símbolo da comemoração anual da visita dos três Reis Magos ao menino Jesus. Ainda, em tempos medievais era usado como amuleto de proteção contra demônios.
Acima podemos ver um pentagrama utilizado na série Supernatural
justamente como proteção contra demônios.
Na localização do centro da Ordem dos Templários, ao redor de Rennes du Chatres, na França, é notável observar um pentagrama natural, quase perfeito, formado pelas montanhas que medem vários quilômetros ao redor do centro.
Ainda é possível perceber, a profunda influência do símbolo, em algumas Igrejas Templárias em Portugal, que possuem vitrais na forma de Pentagramas. No entanto, Os Templários foram dizimados pela mesquinhez da Igreja e pelo fanatismo religioso de Luis IX, em 1303.
Iniciou-se assim a Idade das Trevas, onde se queimavam, torturavam e excomungavam qualquer um que se opusesse a Igreja. Nessa época o pentagrama simbolizou a cabeça de um bode ou do diabo, na forma de Baphomet, o mesmo que a Igreja acusou os Templários de adorar. Assim sendo, o pentagrama passou de um símbolo de segurança à representação do mal, sendo chamado de Pé da Bruxa.
Pentagrama invertido, representando a cabeça de Baphomet (ou o domínio da matéria sobre o espírito), bastante utilizado por satanistas, sendo adaptado e popularizado graças a Igreja de Satã, fundada por Anton LaVey em 1969.
Ao fim da era das Trevas, as sociedades secretas começam novamente a realizar seus estudos sem o medo paranoico das punições da Igreja. Ressurge o Hermetismo, e outras ciências misturando filosofia e alquimia. Floresce então, o simbolismo gráfico e geométrico, emergindo a Renascença numa era de luz e desenvolvimento. O pentagrama agora, significa o Microcosmo, símbolo do Homem de Pitágoras representado através de braços e pernas abertas, parecendo estar disposto em cinco partes em forma de cruz (O Homem Individual). A mesma representação simboliza também o Macrocosmo, o Homem Universal, um símbolo de ordem e perfeição, a Verdade Divina.
Pentagrama como representação do microcosmo, o homem individual, reflexo do macrocosmo (representando também o domínio do espírito sobre a matéria).
Agrippa, mostra proporcionalmente a mesma figura, colocando em sua volta os cinco planetas e a Lua no ponto central (genitália) da figura humana. Outras ilustrações do mesmo período foram feitas por Leonardo da Vinci, mostrando as relações geométricas do Homem com o Universo.
Posteriormente, o pentagrama também foi associado aos quatro elementos essenciais (terra, água, ar e fogo) mais o quinto, que simboliza o espírito
(a Quintessência dos Alquimistas) .
Na Maçonaria, o Laço Infinito (como também era conhecido o pentagrama, por ser traçado com uma mesma linha) era o emblema da virtude e do dever. O homem microcósmico era associado ao Pentalpha (a estrela de cinco pontas), sendo o símbolo entrelaçado ao trono do mestre da Loja.
Com Eliphas Levi, o pentagrama pela primeira vez, através de uma ilustração, foi associado ao conceito do bem e do mal. Ele ilustra o pentagrama Microcósmico ao lado de um pentagrama invertido (formando a cabeça do bode, Baphomet), como foi ilustrado acima.
O pentagrama voltou a ser usado em rituais pagãos à partir de 1940 com Gerald Gardner. Sendo utilizado nos rituais simbolizando os três aspectos da deusa e os dois do deus, surgindo assim a nova religião Wicca.
Desse modo, o pentagrama retoma sua força como poderoso talismã, ajudado pelo aumento do interesse popular pela bruxaria e Wicca, que à partir de 1960, torna-se cada vez mais disseminada e conhecida. Essa ascensão da Wicca, gera uma reação da Igreja da época, chegando ao extremo quando Anton LaVey adota o pentagrama invertido (em alusão a Baphomet de Levi), como emblema da sua Igreja de Satanás, e faz com que a Igreja Católica considere que o pentagrama (invertido ou não) seja sinônimo de símbolo do Diabo, difundindo esse conceito para os cristãos.
Assim naquela época, os Wiccanos para se protegerem dos grupos religiosos radicais, chegaram a se opor ao uso do pentagrama.
É necessário ressaltar que esse artigo trata-se apenas de um resumo elaborado sobre as origens e os conceitos que esse símbolo tão popular carrega, como podemos ver o mesmo possui diversos significados que variam de acordo com a época, cultura e egrégora, porém possuem sempre os mesmos atributos, modificando-se apenas superficialmente.
Não exagero em dizer que seria possível escrever um livro com diversos capítulos dissertando apenas sobre o Pentagrama, suas origens, significados e seu uso ritualístico dentro da magia, talvez até exista algum livro abordando essa temática, porém meu intuito aqui é compartilhar com vocês de uma forma geral, clara e resumida a simbologia por trás do mesmo, de forma a quebrar preconceitos provindos da ignorância de parte da nossa sociedade.
Referências: Ocultura
O pentagrama foi criado para a proteção contra o mal. Aí os religiosos inverteram ele e o satanizaram
ResponderExcluirConcordo, o pentagrama é um símbolo de poder/proteção. O primeiro manuscrito em que o vi invertido (e associado ao "mal) foi no Dogma e Ritual de Alta Magia de Eliphas Levi, enfim, a palavra "dogma" já resume tudo.
ExcluirÉ certo que Anton LaVey e o seu satanismo popularizaram bastante esse símbolo nos tempos modernos, mas já vi afirmações que o sigilo do pentagrama invertido (semelhante ao de LaVey) já estava nos manuscritos Stanislas de Guaita.
Segue a fonte: Arauto do Chaos: Caim - O Filho do Adversário
Por fim, o que vale é o intento e a percepção de cada indivíduo, não gosto de religiões na prática, gosto de estudá-las de fora, a chave que prende é a mesma que liberta. Ao meu ver, o pentagrama invertido assim como o voltado para cima possuem o mesmo poder, só muda a percepção, o símbolo continua o mesmo.
Se alguém decide interpretar algo positivo como negativo aí é problema da pessoa, aliás isso é bem comum no meio religioso, distorcer e considerar tudo o que desconhece e está fora de suas crenças como sendo negativo. Infelizmente.
O que seria esses símbolos ao redor do pentagrama e de baphomet?
ResponderExcluirNo primeiro desenho (pentagrama chinês), é uma representação alquímica, o texto elucida. Já as letras hebraicas ao redor do pentagrama invertido podem significar "Leviatã", porém há outra versão mais verídica do mesmo pentagrama com letras diferentes, não inseri propositalmente para que os interessados encontrem por si mesmos, ou questionem e reflitam! Pesquise e saberá do que estou falando. Sobre Baphomet já foi publicado aqui no blog um megapost que aborda apenas esse assunto, confira no link: O DIABO NÃO É TÃO FEIO QUANTO PARECE - PARTE III: ZARATUSTRA, MITHRA E BAPHOMET
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