Restauração da estátua do Imperador Augusto, descoberta em 20 de abril de 1863 na Villa de Augusto, em Roma. Atualmente está a mostra no Braccio Nuovo
nos Museus Vaticanos.
Quem estuda ou aprecia a restauração de obras sabe das diversas técnicas por trás de grandes obras, e o quão difícil é reproduzir o mais fielmente possível as cores originais, materiais e outras incontáveis nuances que deixam uma obra restaurada com a aparência que devia ter: a original.
Confira nesse artigo uma recomposição de estátuas gregas, onde estudiosos utilizando luz ultravioleta, descobriram alguns padrões que os permitiram reconstituir as cores originais utilizadas na pintura de tais obras.
Saiba um pouco mais sobre tal técnica e veja alguns dos resultados, como a reconstituição na imagem acima da estátua do Imperador Augusto.
Obras de arte e construções muito antigas (por antigas entenda-se milhares de anos) perdem suas cores originais e, mesmo com muitos estudos e muitas horas de testes, é difícil chegar nas cores exatas da primeira versão – a verdade é que elas não são exatamente as cores sóbrias que imaginávamos. Aliás, era tudo bem berrante e um tanto cafonam assim por dizer!
Segundo o site Cliografia, estudantes de arte descobriram padrões perdidos nas antigas estátuas gregas, de forma relativamente simples, usando a iluminação certa, no lugar certo.
Uma técnica chamada raking light, que vem sendo utilizada há anos na análise artística e consiste em posicionar uma lâmpada cuidadosamente, de modo que o caminho da luz seja quase paralelo à superfície do objeto, e que, quando usada em pinturas, torna claramente visíveis as pinceladas, assim como sujeiras e imperfeições não visíveis a olho nu. Em estátuas, o efeito é levemente sutil, pois tintas diferentes envelhecem em diferentes velocidades. Padrões mais elaborados, através desse método, se tornam visíveis.
Uma parte da pintura "Crihst Mocked", do artista Hieronymus Boschchri, sua criação levou dez anos, sendo realizada entre os anos de 1490 e 1500.
Acima, uma pintura examinada com a técnica raking light, que é muito usada para verificar a condição da superfície da pintura antes, durante e depois da conservação.
A luz ultravioleta também é usada para distinguir padrões, que faz com com que muitos compostos orgânicos se tornem fluorescentes. Por isso que em estátuas da Grécia antiga, pequenos fragmentos de pigmento que ainda restam na superfície brilham, iluminando padrões mais detalhados.
Aqui você pode ver a pintura original da qual a parte acima fora retirada.
Ainda segundo o Cliografia, depois que é feito o mapeamento, há a questão de como descobrir quais cores serão usadas na reconstituição. Imagine que uma série de azuis escuros criarão um efeito bem diferente do que uma combinação de dourado e rosa. Mesmo se for deixada uma quantidade suficiente de pigmento para que o olho nu perceba a cor, alguns milhares de anos de idade podem modificar consideravelmente o aspecto de uma estátua. Não há como saber se a cor vista hoje tem qualquer coisa a ver com a tonalidade original.
Mas existe uma solução: as cores podem esmaecer com o tempo, mas os materiais originais (como pigmentos derivados de animais e plantas, pedras quebradas ou conchas) ainda possuem a mesma aparência. Isso também pode ser visto pela técnica das luzes.
Recomposição em cores do busto de Calígula, imperador romano.
O infravermelho ajuda a determinar os compostos orgânicos, já os raios-x só param quando encontram algo realmente pesado, como pedras ou minerais. E é assim que os pesquisadores podem determinar de que cor uma estátua milenar foi pintada, exige trabalho, porém, o resultado é admirável.
O material restaurado em cores ganhou uma exposição chamada Gods in Color: Painted Sculpture of Classical Antiquity (Tradução - Deuses em cores: escultura pintada da antiguidade clássica), abaixo vocês podem conferir algumas imagens das mais curiosas restaurações exibidas em tal exposição:
Bem, é basicamente isso, essas são apenas algumas das diversas restaurações que foram feitas, achei o resultado de algumas surpreendentes, porém algumas deixaram a desejar, talvez pelo fato de já estar acostumado às estátuas sem cor, mas uma coisa é certa, o trabalho de tais artistas não deixou a desejar.
Gostaria de visitar a exposição e conferir as obras com meus próprios olhos, observando cada detalhe, discutindo com outros visitantes acerca das mesmas, seria uma experiência inesquecível.
Um exemplo é a recomposição que ilustra essa matéria, do imperador Augusto, o acabamento da pintura ficou muito bem feito, porém ainda prefiro a estátua como estamos acostumados a ver, sem cor, dá um ar rústico à mesma.
Porém, isso é apenas minha opinião, o trabalho no geral está fantástico.
Mas e você, meu caro leitor, o que achou de tais restaurações?
Lhe surpreenderam ou deixaram a desejar?
Compartilhe sua opinião conosco!
Adaptado de: Hypeness
Particularmente eu prefiro elas na versão atual elas pintadas ficam com um ar meio falso.
ResponderExcluirConcordo com você, Ray, na época em que foram construídas eram comum as cores, porém o tempo as foi desgastando e hoje nos acostumados com essas versões mais rústicas, caso repintassem as estátuas ficariam com um aspecto artificial.
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