Há pouco mais de cinco anos atrás eu dava início a esse blog no intuito de compartilhar com vocês, meus caros leitores, meus pontos de vista e opiniões sobre filmes, livros, músicas, dentre outros assuntos, assim como também publicar creepypastas, contos, análises, notícias, enfim, tudo que "fugisse do padrão" ao ponto de merecer constar aqui nesse domínio.
Com o passar do tempo muita coisa mudou, como o design, o formato/estilo de postagens, assim como resolvi abordar mais assuntos, ao longo desse tempo escrevi, traduzi e adaptei muitas matérias, esse artigo em especial é a postagem de número 666, sendo um número tão simbólico, decidi desmistificar um pouco o mesmo, assim como tentar mostrar o real significado de algumas outras alegorias do livro de Apocalipse.
Então, sem mais delongas, vamos ao que interessa.
Na bíblia sagrada cristã, o Apocalipse (ou livro da revelação) consiste em uma série de visões que seriam uma profecia do fim dos tempos. Foi usado ao longo da história para explicar desastres que vão da peste ao aquecimento global, passando até mesmo pelo acidente nuclear de Chernobyl.
Algumas figuras e palavras conhecidas, como por exemplo Armagedom, também vêm do Apocalipse, embora nem todos saibam disso. O livro tem diversas influências em livros, cinema e música até hoje. Tornando-se um dos livros mais controversos (e incompreendidos) da bíblia até os dias atuais.
Porém, quando João escreveu o livro, no século 1, ele não estava apenas querendo explicar acontecimentos futuros.
Alguns acadêmicos acreditam que ele usava códigos e símbolos para alertar os cristãos da época sobre a adoração ao imperador de Roma e lançar um ataque ao poderoso regime.
666: O NÚMERO DA BESTA
O "número da besta" - 666 - é, talvez, a referência mais famosa do Apocalipse.
Apocalipse 13:18: "Aqui é preciso decifrar. Aquele que tem sabedoria calcule o número da Besta, pois o número representa o nome de um ser humano. Seu número é seiscentos e sessenta e seis!"
Até os dias atuais o número 666 é usado para falar sobre a imagem do mal, muitas vezes associado erroneamente à imagem do diabo (confira a matéria abaixo para saber mais detalhes sobre o que estou falando).
Leia mais: O Diabo não é tão feio quanto parece
A questão aqui é: Qual seria o real significado por trás desse número?
Era comum, na Antiguidade, usar números para disfarçar um nome. Nos alfabetos grego e hebraico, toda letra tem um número correspondente. Então, se você somasse todas as letras do seu nome, você tinha um código numérico.
O professor Ian Boxall, da CUA (Catholic University of America), dá um exemplo disso utilizando o nome "Anna".
"A" vale 1 e "N" vale 50. Anna, então:
A+N+N+A = 1+50+1+50 = 102.
Se você escrever o nome do imperador Nero Cesar no alfabeto hebraico,
a equação fica: 200+60+100+50+6+200+50 = 666.
Historiadores acreditam que a perseguição de Nero aos cristãos em Roma fez com que ele fosse uma figura odiada pelos primeiros cristãos. O que explicaria todo o mal entendido, assim como os boatos que rolam soltos acerca de tal número, usado para representar (de forma codificada) o seu nome.
É válido ressaltar que existem outros significados para tal número, alguns destes cabalísticos, mas para não confundir a cabeça de vocês, trarei essas outras abordagens em uma segunda parte desse artigo, hoje gostaria de focar apenas na interpretação científica acerca de tais alegorias.
Agora vamos a outros mitos populares contidos no "livro da revelação".
A BATALHA DO ARMAGEDOM
E OS CAVALEIROS DO APOCALIPSE
Diversos outros mitos bastante populares também vêm do Apocalipse - e têm uma total relação com a situação de Roma na época.
É tudo uma questão de interpretação!
Nem todo mundo sabe, por exemplo, que Armagedon vem da Batalha do Armagedon, descrita no livro. O nome Armagedon é baseado no nome do Megido, um monte que hoje fica em Israel.
Segundo estudiosos, "ar" (ou "har") significa monte em hebraico, e "magedom" (ou "magedo") equivale a Megido. Na época de João, o Megido era um sangrento campo de batalha e abrigava uma das legiões mais cruéis de Roma.
A batalha do Armagedom é vista como uma luta entre polaridades opostas, ou seja, o bem o mal - "Deus e Satã" - durante os últimos dias do mundo.
Já os cavaleiros do Apocalipse são quatro homens que surgem montados em cavalos nas seguintes cores:
Branco, Vermelho, Preto e Amarelo.
(Essas cores variam, de acordo com a tradução)
Eles soltariam no mundo a morte (cavalo amarelo), fome (cavalo preto), guerra (cavalo vermelho) e conquista (cavalo branco), representando a violência resultante de escolher não seguir a palavra de Deus - a Roma imperial.
Outra imagem famosa do livro é a da besta do apocalipse e suas sete cabeças, que emerge do oceano e exige ser adorada. O nome de uma blasfêmia está escrito em cada uma das suas cabeças.
A besta seria Roma, e suas cabeças representariam os sete imperadores que a Roma antiga havia tido naquele tempo. Os nomes de blasfêmias representam a tendência dos imperadores romanos de se chamarem de deuses.
Mais uma vez ressalto que existem outras interpretações acerca desses simbolismo, um exemplo disso é que a tal besta representaria os sete pecados capitais que assolam a humanidade, já os quatro cavaleiros carregariam uma mensagem mais profunda, porém como disse anteriormente, por se tratar de ocultismo, isso será assunto para outra postagem, por hoje ficamos por aqui.
Espero que tenham gostado do artigo e sintam-se a vontade para deixar as suas opiniões ou sugestões nos comentários, em breve estarei publicando a segunda parte, com uma análise mais aprofundada sobre tais alegorias (e outras mais).
Fonte das informações: BBC e Bíblia Online
Muito bom !
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