Os experimentos reais que inspiraram a história de Frankenstein

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Frankenstein é um sucesso mundial, por mais que não tenham lido o livro ou visto aos filmes, quase todos conhecem o personagem. O livro, de 1818, escrito pela autora Mary Shelley, narra a história de um cientista (Victor Frankenstein) que cria e dá a vida a um monstro usando ondas de eletricidade, a história se popularizou, tornando-se a primeira obra de ficção científica do mundo. Mas você sabia que essa obra de terror foi inspirada em acontecimentos reais?

 O que parece fantasia para nós era bastante popular entre as pessoas no século 19. Experimentos utilizando “eletricidade animal” (eletricidade produzida através das células) tentavam a todo custo provar que era possível restaurar e até gerar a vida a partir desse recurso. Tudo teve início por volta de 1786, quando Luigi Galvani, através de pesquisas e experimentos, descobriu que os músculos de uma rã morta se moviam quando atingidos por uma corrente elétrica.

Em 1803, seu sobrinho, Giovanni Aldini, levou a coisa ao extremo (e põe extremo nisso) usando como cobaia o corpo de um homem que tinha sido condenado à morte. Aldini e seus assistentes realizaram o experimento com espectadores. O ato chegou a sair no Times, o qual relatou que o cadáver começou a tremer, um dos olhos foi aberto, a mão direita foi levantada e as pernas, postas em movimento. Apesar de não ter conseguido cumprir o propósito de ressuscitar o homem, foi o suficiente para surpreender quem assistia e dar esperança para outros cientistas.



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No mesmo ano, Johannes Ritter também realizou experimentos elétricos. Só que em si mesmo, no intuito de explorar mais a fundo como a eletricidade afetava as sensações.

Após a publicação do livro de Mary Shelley em 1818, o químico escocês Andrew Ure realizou seus próprios experimentos elétricos no corpo de um homem executado por assassinato. 

Quando o homem morto foi eletrificado, Ure escreveu: 

“Cada músculo em seu semblante foi simultaneamente lançado em ação temerosa; raiva, horror, desespero, angústia e sorrisos medonhos uniram sua expressão hedionda no rosto do assassino”.

Pelo menos um século antes a ideia já tinha sido debatida por um dos cientistas mais importantes da História: Isaac Newton. Ele especulou, no início dos anos 1700, que havia uma ligação íntima entre a eletricidade e os processos da vida, o que foi alvo de estudos e teorias de cientistas posteriores, até os dias atuais. 

Mas não há como trazer mortos de volta a vida: o que os eletrodos faziam era estimular o processo natural em que diferenças de carga elétrica excitam os músculos a se moverem.


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