A prostituição já foi um ato religioso

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Pintura de Van Gogh, Sien.

O costume pode assombrar as mais liberais das mocinhas, mas foi registrado pelo grego Heródoto, no século 3 a.C. Na Babilônia, nenhuma mulher se casava antes de passar pelo templo de Istar, deusa do amor e da fertilidade. Lá, ficava à espera do primeiro homem que lhe jogasse uma moeda. Os mais generosos jogavam três. Mas o que importa é que a mulher não podia recusar o parceiro: para os babilônicos, a deusa ficaria muito ofendida caso a oferta não fosse aceita, e o casamento da jovem não teria o menor futuro. 



Segundo Heródoto, depois de pegar os trocados, a senhorita deveria tirar a roupa e fazer sexo com o estranho ali mesmo, no templo da deusa.

Heródoto talvez estivesse exagerando os costumes de povos exóticos. Mas uma pista histórica da fé em Istar é interna: o poema da sacerdotisa Enheduana, filha do rei Sargão de Agade (2334-1179 a.C.), que alertava: “Desde que a senhora Istar desceu à terra do Sem-Retorno / O touro não cobre mais a vaca, o asno não se curva mais sobre a sua fêmea. / O homem não se curva para a mulher na rua / O homem dorme em seu aposento A mulher dorme sozinha”.


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