Não há nada ruim que não possa piorar - Monólogo #3

monólogo, textos, reflexões, devarneios, escrita, literatura


"Não há nada ruim que não possa piorar"... quando isso te conforta você percebe o quão profundo é o poço, talvez o mesmo nem tenha um fim, e o pior de tudo: é você mesmo quem cava cada vez mais, mais e mais. Cada um sabe o inferno que carrega  assim como os demônios que habitam o mesmo, eles sempre estarão lá, melhor que sejam amigos do que inimigos, não falo de misticismo nem de religião, falo de viver, falo sobre existir, se encarar no espelho e não estar satisfeito com o que vê, sentir-se muitas vezes incapaz, deitar a noite com a cabeça repleta de pensamentos somente para acordar no outro dia, as vezes bem, outras vezes se sentindo horrível preferindo não ter acordado e, acima de tudo, ir seguindo a rotina nossa de cada dia, cumprindo as obrigações de sempre o que faz todos os dias parecerem iguais, exceto em raras exceções, há pequenas situações que podem fazer uma enorme diferença.

Na maioria das vezes sinto um enorme vazio, penso que isso talvez é o que me completa, porém as vezes esse vazio pesa, meio que me preenche, rouba o brilho do meu olhar,  tento preenchê-lo com inúmeras coisas, porém é um vão, e as tentativas são em vão, não há jeito, fico sempre insatisfeito, quanto mais você tenta, mais ele te atenta.




As vezes precisamos colocar certas coisas pra fora, coisas essas que ficamos remoendo por dentro, quando estamos mal falar sobre isso é um puta de um alívio, é como se livrar de alguns fardos desnecessários, sabe, o problema, o incômodo, o espinho ainda continua lá, mas parece não incomodar tanto quanto antes, tipo vomitar depois de tomar um porre, colocar pra fora aquilo que está lhe corroendo por dentro; muitas vezes não temos com quem conversar, o que não impede que nos expressemos, é aí que entra a arte, mais especificamente a escrita, ao meu ver escrever é como conversar consigo mesmo, pode ser tido como um passatempo, uma ocupação, um meio de vida ou até mesmo uma terapia, e o melhor de tudo, essa terapia dá resultado.

Quando decidi criar este quadro no blog, o nome da mesmo já definiu tudo, são monólogos que escrevo (conversando comigo mesmo), porém o que diferencia é o fato de compartilhar tais escritos, tais pensamentos e pontos de vista, isto é, de uma maneira objetiva e completamente informal. Possuo inúmeros outros espaços na internet voltados à literatura, inclusive citei a Catarse Poética aqui no blog, que trata-se de uma coletânea literária independente de minha autoria, mas isso no caso é o meu trabalho, algo de certo modo formal, com esses monólogos busco manter um contato mais direto com meus leitores, no início relutei pelo fato do Mortalha ser um antro voltado para outros assuntos, mas nada está parado no universo, tudo está em constante movimento, e a mudança é uma característica importante disso, as vezes é necessário se livrar de certo entulho mental, ideias que já não fazem mais sentido, abrindo espaço para novas perspectivas, e é exatamente isso que venho fazendo.

Sintam-se a vontade para desabafar, criticar ou expor seus pontos de vista acerca do assunto nos comentários, isso é uma troca de valores, gostaria de criar um ambiente interativo no Mortalha, quem sabe em breve, bem, esse é um pequeno resumo do que tenho pensado nas últimas horas, tomei alguns comprimidos e estou caindo de sono, portanto, uma boa semana a todos e "até por acaso"

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