Discovery Channel faz gravações sobre ocorrências ufológicas no Brasil


Uma equipe do Discovery Channel está no Pará gravando um episódio de uma série americana sobre contatos extraterrestres. A emissora está entrevistando testemunhas sobre as aparições de naves e ataques a vítimas que foram registrados entre os anos de 1977 e 1978 na ilha de Mosqueiro, distrito de Belém, e nos municípios de Colares, Vigia, Santo Antonio do Tauá, Viseu, Benevides e outros. Na época, as vítimas relataram que foram atacadas por certos focos de luzes que desciam do céu e causavam perfurações no corpo possivelmente para extrair amostras de material orgânico. Por isso, o supostos seres alienígenas ficaram conhecidos como "chupa-chupa".


A série chamada "Unidentified: The Hunt For Contact" 
(Em português: Não Identificado: A Busca pelo Contato) será exibida inicialmente na Europa e nos Estados Unidos.



Na quarta-feira (01/05), os produtores da emissora americana estiveram em Belém entrevistando o jornalista Carlos Mendes, que cobriu os fatos na época pelo jornal O Estado do Pará. Este ano, ele publicou um livro-reportagem sobre o assunto chamado "Luzes do Medo". Na quinta-feira passada (dia 2), a equipe seguiu para Bragança, no Nordeste Paraense, onde reside atualmente a médica Adelaide Cecim, que atendeu várias vítimas atacadas em Colares. 

O Discovery também deve fazer gravações em Vigia e Colares, onde foram registrados o maior número de ocorrências. Antes de chegar ao Pará, a série já realizou gravações no Chile, Argentina, Estados Unidos e países da Europa, informa Carlos Mendes.



Luzes do Medo


O livro de Carlos Mendes (Luzes do Medo) reúne reportagens autorais e de outros jornalistas que foram publicadas na imprensa local, na época, além de entrevistas exclusivas e informações de bastidores sobre as investigações do caso. No período das ocorrências, a Aeronáutica enviou uma equipe para apurar as estranhas aparições de naves e ataques, por meio da Operação Prato (clique aqui para obter mais informação sobre esse caso e outros envolvendo ufologia), coordenada pelo Coronel Uirangê Holanda, já falecido. "As aparições de naves eram praticamente diárias. O jornal Estado do Pará tinha muitas fotos que foram confiscadas pela Aeronáutica. Não se fala em naves alienígenas porque não se sabe se eram daqui ou de outros planetas (...) Nem todos os ataques de luzes tiravam sangue. Só eu entrevistei mais de 80 pessoas", recorda. 

"Os relatórios das Forças Armadas (da operação) continuam secretos. Provo no livro que não revelaram tudo. Eles tinham mais de 1.500 fotografias e 16 horas de filmes. Os americanos enviaram equipamentos poderosos (avançados, de captação de imagens) para eles. Onde está esse material?", questiona o jornalista. Mendes conta no livro algumas revelações em entrevista feira em 2016 com o coronel aposentado Camilo Ferraz de Barros, que comandava o serviço secreto da Aeronáutica em Belém durante o regime militar. Assim como descreve a relação dos veículos de imprensa com o governo ditatorial, que, por meio do Serviço Nacional de Investigação (SNI), subtraiu fotografias dos óvnis, como revelou o falecido jornalista Walmir Botelho, editor-chefe de "O Estado do Pará", em entrevista concedida em 2017.

Ainda, Carlos Mendes conta a história suspeita de um peruano que se apresentou para aprender jornalismo na redação de O Estado do Pará para acompanhar a equipe de reportagem na cobertura do caso supostamente com o intuito de roubar fotografias do veículo. "Ele alegou que era estudante da UFPA, mas descobrimos que não era e que usava nome falso. Flagrei ele falando com o Coronel Holanda e o SNI. Um dia enchemos ele de cachaça e o pressionamos com a ajuda de policiais. Ele confessou que queria roubar as fotos, mas não entregou tudo. Depois ele sumiu. Achamos que era um agente infiltrado da CIA (serviço americano de espionagem)", conta.


"Passados 42 anos o caso ainda é motivo de atenção dos principais canais de TV do mundo interessados em fenômenos inexplicáveis." O livro do repórter ainda será lançado em Belém.


Adaptado de: O Liberal

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