Os séculos se passam e ela continua a fazer seu trabalho, muitos consideram um trabalho sujo, por ventura, considero necessário, afinal, a única certeza que temos nessa vida é que a morte chegará um dia, e nos pegamos se perguntando coisas como: "Será que dói?"
"Para onde vamos?" "Paraíso, inferno ou reencarnação?".
São muitas as dúvidas a respeito dessa questão que não possui respostas concretas, existem muitas explicações científicas e espirituais que podem responder, ou apenas nos deixar com mais dúvidas.
Eis que trago nessa matéria 5 relatos reais de pessoas que quase morreram ou acabaram por perecer, aproveitando o tempo que os restava, escrevendo durante os últimos minutos da sua vida sobre como como se sentiram naquele momento.
1. George Orwell: Tiro na garganta
Eric Arthur Blair, foi um famoso escritor, jornalista e ensaísta inglês, que ficou bastante conhecido por seu pseudônimo George Orwell. George nasceu em 25 de Junho de 1903, e veio a falecer em 21 de janeiro de 1950. Porém durante o ano de 1937 ele viveu uma das mais valiosas lições de sua vida.
O autor estava na Espanha lutando em uma guerra civil, quando foi surpreendido por uma bala que certeiramente atingiu a sua garganta e perfurou o seu pescoço. “Toda a experiência de ser atingido por uma bala é muito interessante”, escreveu George depois do ocorrido, e completou: “E acho que vale a pena descrever em detalhes“.
Em seus manuscritos que detalhava esse momento dramático, George escreveu como se sentiu, ao realmente acreditar que a sua hora havia chegado: “Grosso modo, era a sensação de estar no centro de uma explosão. Parecia haver um barulho alto e um brilho cegante de luz ao redor de mim, e eu senti um tremendo choque – nenhuma dor, apenas um choque violento, como você leva de um terminal elétrico; Com ele, uma sensação de fraqueza total”.
George não sabia a gravidade de seu ferimento, até o momento que tentou movimentar seu braço e não conseguiu, da mesma forma que tentou falar e a sua tentativa fracassou. Foi nesse momento que ele chegou a ouvir um soldado falando que o tiro havia atravessado o seu pescoço. E só a partir desse momento, ele realmente entendeu que possivelmente estava morrendo.
“Meu primeiro pensamento, convencionalmente suficiente, foi para minha esposa”, afirmou. “Meu segundo foi o ressentimento violento por ter que deixar este mundo.” O autor também alegou que se sentiu frustrado por acreditar que deixaria o mundo, por causa de algo realmente estúpido.
Além disso, ele acrescentou que em momento algum sentiu raiva ou ódio do homem que atirou nele, ao contrário disso ele alegou:
“Se ele tivesse sido feito prisioneiro e trazido diante de mim, neste momento eu simplesmente o teria felicitado por seu bom tiro.”
2. Grant Allen: Afogamento
Grant Allen, foi um famoso escritor de ciência e romancista canadense. Allen veio a falecer em 25 de outubro de 1899, mas antes da morte efetivamente chegar, ele passou por uma experiência de quase afogamento.
Allen insistiu em afirmar que ele chegou a morrer por um determinado período de tempo. “No que diz respeito à consciência”, relatou ele, “Eu estava morto e morto, e nunca esperava estar mais morto”.
Allen estava patinando com alguns amigos, quando o gelo que existia debaixo dele se rompeu, Allen caiu na água gelada, tentou nadar até a superfície, mas bateu a cabeça contra o gelo que existia na superfície.
Segundo Allen, ele mal conseguia pensar direito. “Eu estava entorpecido com o frio e atordoado com a repentina surpresa do inesperado”.
Ele alegou que não conseguiu detectar o buraco que havia se aberto sobre o gelo, e que ao invés de tentar subir para a superfície através dele, o desespero o fez bater a sua cabeça diversas vezes contra o gelo, na esperança de que ele mais uma vez se rompesse.
“Eu engasguei e engoli uma grande quantidade de água. Senti meus pulmões se enchendo. Um momento de suspense, durante o qual eu sabia perfeitamente que eu estava me afogando. E então … eu morri”.
Para Allen, nenhuma luz brilhante ou sensação de paz interveio; “Ao contrário, eu sentia apenas uma sensação de frio, úmido e falta de ar, uma luta feroz e selvagem, uma horrível sensação de sufocação, e então tudo acabou.”
Seus momentos de agonia e sofrimento só tiveram fim, após os seus amigos conseguirem o retirar da água. Mas mesmo após esse momento, Allen já se encontrava tecnicamente morto.
Ele finalizou sua experiência com a seguinte frase:
“A própria morte, como morrer, é bastante indolor – tão indolor quanto adormecer. É apenas a luta anterior, o sentido de sua abordagem, que é de todo desconfortável.”
3. Karl Patterson Schmidt: Morte por picada e veneno de serpente
Karl Patterson Schmidt foi um famoso herpetologista e especialista em serpentes americano, que foi picado por uma cobra da espécie Dispholidus Typus em seu laboratório e infelizmente veio a falecer por consequência desse incidente.
Tudo ocorreu no dia 18 de junho de 1890. Após o acidente com a serpente Karl decidiu criar um registro escrito de tudo aquilo que estava sentindo durante as próximas 24 horas que se tornaram as últimas de sua vida.
“4: 30 ás 5: 30 PM- Náusea forte, mas sem vômitos durante a viagem para Homewood em trem suburbano.” Este foi o primeiro relato, que foi feito logo após Karl ter chegado em sua casa.
Ele completou: “ Forte arrepio e tremores, seguido por febre de [38,7 graus Celsius (101,7 ° F)], que não persistiu (cobertores e almofada de aquecimento). O sangramento das mucosas na boca começou às 5:30, aparentemente principalmente de gengivas. “
Após esse relato, ele conseguiu dormir por algumas horas, e assim que acordou a meia-noite ele voltou a escrever: “Urinei as 12:20, mas o que saiu foi basicamente sangue, mesmo que em pequena quantidade”.
Karl voltou a dormir, mas foi acordado por um ataque violento de vômito e muito enjoo.
Sua última anotação foi feita as 6:30 da manhã, onde afirmou:
“Um ligeiro sangramento está acontecendo nos intestinos, com frequentes irritações no ânus, boca e nariz continuando a sangrar, não excessivamente.”
Nesse mesmo dia, 19 de junho de 1890, ele chamou a sua esposa no horário do almoço já em pânico. Porém quando os médicos chegaram, ele estava completamente suado, sem conseguir responder a qualquer pergunta que lhe era feita e foi declarado morto as 3:00 pm.
4. G Wells: Morte por Tuberculose
H.G Wells foi um famoso escritor de ficção cientifica que passou por uma intensa experiência de quase morte nos anos 1800.
Wells foi acometido por uma forte tuberculose e praticamente ninguém mais imaginava que ele poderia sobreviver.
O primeiro sintoma da doença atingiu Wells durante um jogo de futebol, ele escreveu:
“Havia uma dor enorme ao meu lado. Minha coragem falhou comigo. Eu não podia correr. Eu não poderia chutar, quando cheguei em casa, eu estava violentamente doente. Fui me deitar. Então eu fui movido para urinar e encontrei-me olhando para um urinol cheio de sangue em vermelho escarlate. Esse foi o momento mais assustador da minha vida. Eu não sabia o que fazer. Deitei-me novamente e esperei que alguém viesse”, relatou ele.
Nesse mesmo dia, porém um pouco mais tarde um médico que avaliou Wells chegou a afirmar que ele teria no máximo apenas 6 meses de vida. Foi a partir desse momento, que o escritor passou a analisar a ideia de uma morte eminente com outros olhos, e seus relatos se tornaram ainda mais tocantes.
“Fiquei exasperado por não ter ficado famoso, por não ter visto o mundo. Pior, no entanto, eram os impulsos sexuais insatisfeitos de um jovem moribundo. Ainda mais profundamente exasperado estava eu nas redes de contenção que me ameaçavam de morrer virgem. Embora eu não acreditei intelectualmente na imortalidade, achei impossível imaginar-me inexistente”. Relatou ele.
Na época do ocorrido o escritor ainda era jovem e frequentava a escola, por esse motivo questões como a insatisfação evidente por aquilo que ele ainda não havia realizado tomou conta de seus pensamentos.
Apesar de todos os pesares, Wells sobreviveu. E segundo ele, foi esse momento árduo de sua vida, que o inspirou a escrever e consequentemente deixar a sua marca nesse mundo.
5. Kassem Eid: Morte por gás venenoso
Kassem Eid era um rebelde sírio que no ano de 2013 passou pela experiência mais traumatizante de sua vida.
Ele estava na cidade de Damasco, quando ouviu uma espécie de foguete atingir o chão, porém segundo ele, nenhuma explosão ocorreu, apenas um gás começou a se espalhar. Ele afirmou:
“Só levou alguns segundos antes de perder minha capacidade de respirar. Eu senti como se meu peito fosse incendiado. Meus olhos estavam queimando como o inferno. Eu não era capaz nem de gritar ou fazer nada. Eu apenas comecei a bater em meu peito, tentando me forçar a respirar. Foi tão doloroso. Parecia que alguém estava rasgando meu peito com uma faca de fogo “.
Kassem também disse que seus vizinhos batiam em sua porta para clamar por ajuda, uma vez que seus filhos haviam respirado o mesmo gás, e passaram a vomitar uma substancia branca.
Ele por sua vez não podia ajudar, mas alegou que a maioria das pessoas que via em sua volta ou estavam morrendo ou já estavam mortas.
“Vi centenas de pessoas morrerem, sufocando. Meu coração praticamente parou. E eu fui colocado juntamente os cadáveres. “
Kassem só foi retirado da pilha de corpos, quando conseguiu dar um sinal de vida.
E vocês. leitores? Como acham que será nosso momento de desencarne? As vezes me pego imaginando como irei partir dessa existência, se será por um descuido ao atravessar uma rodovia desatento e ser atropelado por algum veículo, abuso de drogas resultando em overdose, não posso afirmar, nenhum de nós, um dia ela vem em passos leves nos levar para um passeio além dessa vida, isso posso afirmar.
Adaptado por David Alves Mendes de: Fatos Desconhecidos
Texto muito bom. Como sempre.
ResponderExcluirObrigado pela consideração
ExcluirOs dois primeiros relatos me lembraram um episódio pelo qual passei há muitos anos atrás. Na época eu estava com 14 anos de idade. Estava aprendendo a nadar em um rio na periferia da minha cidade, para onde me dirigia todos os domingos após o almoço. A parte do riacho em que eu costumava treinar nado tinha um pocinho que a água dava na altura do meu pescoço. ocorreram umas chuvas e, poucos dias após, eu fui ao rio. Chegando lá, mergulhei na parte mais funda, onde a água dava na altura do pescoço. Quando me levantei para respirar... Cadê o chão? Devido as chuvas, a correnteza havia levado grande parte do cascalho que ficava no fundo, deixando o poço mais fundo com a água passando a me cobrir. Foi aquele desespero. Comecei a debater, subindo e descendo. Ao subir eu avistava as várias pessoas que brincavam na parte mais rasa. Só que eu não conseguia gritar e ninguém me via. Inicialmente, a sensação era horrível. Eu tentava respirar e engolia água, até que senti uma moleza no corpo e não sentia mais a necessidade de respirar. Meu corpo foi descendo até parar no fundo do rio. Então passei a rezar e pedir à Deus par não me deixar morrer naquele momento. Pensava na minha mãe e meus outros sete irmãos, todos crianças. Dependiam de mim. De repente senti uma grande energia tomando conta de todo o meu corpo e me veio uma ideia à mente, qua já estava quase adormecendo. Me lembrei que a parte do rio em que eu estava não era um buraco. Se parecia com uma praia. Se eu acertasse a direção certa, com poucos metros eu sairia da parte funda. Reuni minhas últimas forças e comecei a me arrastar no fundo do riacho ate´é que percebi a claridade do dia. Foi quando reuni mais forças e dei um grande impulso, caindo coma os braços na margem do rio, conseguindo sair da água. Após o ocorrido, fiquei por vários minutos sentado na beira do riacho olhando para a água, as pessoa brincando e imaginando... me perguntando se eu não havia desencarnado. Era uma tarde de muito calor, contudo, eu senti um frio muito intenso. Agradeço à Deus todos os momentos. Tenho certeza que se eu não tivesse rezado, eu não estaria aqui.Pode-se dizer que eu cheguei a morrer naquele momento. Foi como me senti.Já se passaram mais de trinta anos e eu não aprendi a nadar até hoje. Tenho trauma até de piscina.
ResponderExcluirNossa que relato intenso, fico grato por compartilhá-lo aqui, você deve agradecer muito por estar aqui hoje vivo para contar essa história. Nessas horas percebemos o quão frágil é a vida! Fica na paz, amigo.
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