Desculpe-me, mas está história eu preciso contar. Era outono, as ruas do meu bairro se mostravam frias, principalmente, quando passava das oito da noite, horário em que costumava voltar para casa do parque onde ficava trocando ideias com meus poucos amigos que havia feito durante o ano letivo, geralmente saíamos pra curtir um som e relaxar, geralmente ouvíamos muito rap, e fumar maconha era conosco mesmo. Já estávamos todos chapados e fartos, quem não estava morgado conversava sobre algo que eu não entendia por estar com a mente em outro lugar.
- Tá ficando tarde e a erva acabou, acho melhor a gente vazar - exclamou alguém da roda, e de repente geral concordou.
Saímos daquela morgação e nos levantamos aos poucos seguindo cambaleando em direção a trilha que levava até a saída do parque.
Para a sorte deles, todos moravam próximos um do outro, na mesma quebrada, já eu morava do outro lado da cidade, o que resulta em aproximadamente em sete quarteirões sem iluminação até a rodoviária, o que me dava um tempo para parar no bar da esquina e comprar uma gelada para tomar no ônibus à caminho de casa.
Estava tão frio que era possível enxergar a própria respiração, como se toda a fumaça dos cigarros que já fumei começasse a sair de repente por minha boca, a brisa gélida e constante do vento batia a todo instante contra meu rosto, sem falar do acúmulo de folhas secas na calçada que fazem um barulho irritante cada vez que se pisa nelas.
Foi exatamente entre o terceiro e o quarto quarteirão à caminho da rodoviária que percebi um barulho de galho seco quebrando logo atrás de mim.
Quando me dei conta da bizarra sombra que observava-me à uma rua atrás, logo abaixo de uma das muitas árvores que haviam ali ignorei, no momento não dei bola, porém quando o estranho indivíduo começou a caminhar em minha direção disparei em uma correria desenfreada, chapado e sem enxergar onde pisava, devo ter esmagado dezenas de folhas que faziam um barulho extremo e irritante.
Quando me dei conta da bizarra sombra que observava-me à uma rua atrás, logo abaixo de uma das muitas árvores que haviam ali ignorei, no momento não dei bola, porém quando o estranho indivíduo começou a caminhar em minha direção disparei em uma correria desenfreada, chapado e sem enxergar onde pisava, devo ter esmagado dezenas de folhas que faziam um barulho extremo e irritante.
Não sei se foi viagem minha, mas no meio da fuga pude perceber, ao olhar de relance para trás que o indivíduo estava "bem vestido", usava um paletó preto junto de uma chamativa gravata vermelha. Em meio à correria acabei por perdê-lo de vista, o que me deixou aliviado e ao mesmo tempo preocupado.
Depois de filmar com o olhar todo o perímetro, me pus a caminhar novamente com mil e um pensamentos na cabeça, dessa vez caminhava em passos mais largos e apressados, quando de súbito, ouço novamente o mesmo barulho de galho quebrando atrás de mim, dessa vez não pensei duas vezes, meti-me a correr loucamente sem enxergar nada naquela viela onde havia me metido, quando de repente, tropeço feio em algo rígido em meu caminho.
Caí literalmente de cara no chão, se machucando pra valer, foram minutos caído no chão até se recompor da pancada e conseguir orientar-me do que tinha acontecido, acabei por tropeçar em um enorme pedregulho. Tentei levantar, mas antes mesmo de o conseguir, percebi que havia um braço estendido para mim.
Eis que estava parado ali em minha frente com um sinistro sorriso no rosto o estranho sujeito de paletó. Sem tirar o sorriso macabro do rosto, ele exclamou:
- Jovem...
Teria um minuto para ouvir a palavra de deus?
Autor: David Alves Mendes
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