15 dos livros mais misteriosos e polêmicos já escritos

Ilustrações com alguns dos livros mais misteriosos e bizarros da história
[ATUALIZAÇÃO 11/04/2020]:

As declarações sobre o quinquagésimo livro, o Necronomicon, estão um pouco distorcidas pela escassez de fatos concretos, como a parte em que cita Crowley e o suposto plágio, isso não foi comprovado, portanto relevem, irei continuar pesquisando para trazer mais fatos relevantes e corrigir alguns possíveis erros.

Já sobre o Manuscrito Voynich, as informações são realmente escassas, porém digo e repito, continuarei pesquisando, essa é a terceira edição desta matéria e posso afirmar com a plena certeza que haverão muitas outras.

No mais, façam uma boa leitura.
___________________________________________________________________

Ao longo de toda a história da humanidade existem escritos, desde hieróglifos à livros, esses por vez possuem o intuito de contar histórias, sejam elas reais ou não, revelar alguma descoberta, criar lendas, teorias  ou até mesmo desabrochar ideias por meio de contos ou poesias.

Mas como em quase tudo na vida, há sempre um lado enigmático por trás de qualquer coisa, principalmente a literatura, dona de inúmeros mistérios que rondam determinados livros, alguns deles populares, como por exemplo o Livro de São Cipriano e o Necronomicon.

Já outros nem tanto, como no caso do alquímico Aurora Consurgens, popularizado por Carl Jung, o Picatrix, aclamado por muitos ocultistas, incluindo Cornelius Agrippa, o Enuma Elish, uma obra escrita em babilônico sobre  sete tábuas de argila que muitos dizem ter sido "o primeiro livro do mundo" (o que não é comprovado), dentre outras obras que serão abordadas aqui.


Essa matéria trás quinze de alguns dos livros considerados mais misteriosos, controversos, além de serem pouco conhecidos, confiram.


ENUMA ELISH

Tábuas de argila contendo partes dos escritos do misterioso Enûma Elish,

Tábuas de argila contendo partes dos escritos do Enuma Elish.


Enuma Elish (Enûma Eliš), é talvez o primeiro livro do mundo (não há nada comprovado), a obra foi descoberta por Austen Henry Layard em 1849 nas ruínas da Biblioteca de Assurbanipal em Nínive (Mossul, Iraque), e publicado posteriormente por George Smith em 1876.

Para quem não sabe, os sumérios foram a primeira civilização reconhecida da história, uma cultura repleta de mistérios até hoje mal  interpretados que provavelmente guarda segredos sobre nosso universo, nós e nossa origem.

O Enuma Elish tem cerca de mil linhas escritas em babilônico antigo sobre sete tábuas de argila, cada uma com cerca de 115 a 170 linhas de texto. 

A maior parte do Tablete V nunca foi recuperada, mas com exceção desta lacuna o texto está quase completo. Uma cópia duplicada do Tablete V foi encontrada em Sultantepe, antiga Huzirina, localizada na Turquia. 

O único problema é a tradução da escrita suméria, que nem sempre é possível, deixando lacunas em alguns textos, que por vez, já podem ser distorcidos.

Este épico é uma das fontes mais importantes para a compreensão do cosmo na visão babilônica, centrada na supremacia de Marduk e da criação da humanidade para o serviço dos deuses. Seu principal propósito original, no entanto, não é uma exposição de teologia ou teogonia, mas a exaltação de Marduk, o deus chefe da Babilônia, acima de outros deuses da Mesopotâmia.


Representação do deus babilônico Marduk lutando contra a deusa serpente Tiamat.

Deus babilônico Marduk (à direita) lutando contra 
a deusa serpente Tiamat (à esquerda).


O Enûma Eliš possui várias cópias na Babilônia e Assíria. A versão da biblioteca de Assurbanipal data do 7º século a.C. A composição do texto, provavelmente, remonta a Idade do Bronze, nos tempos de Hamurabi ou talvez o início da Era Cassita (cerca de 18 a 16 séculos a.C.), embora alguns estudiosos favoreçam uma data posterior a 1100 a.C.

O que mais impressiona nesse livro é a descrição de aparatos, descrito pelo autor como “objeto dos deuses” que mais pareciam com nossos atuais aviões. Sem contar, claro, que boa parte dos livros sagrados que conhecemos parecem ter se inspirado nos escritos sumérios, entre eles, a Bíblia e o seu Gênesis que é extremamente semelhante ao Emuna Elish.

São várias as similaridades entre a história da criação no Enuma Elish e a história da criação no Livro do Gênesis. O Gênesis descreve seis dias de criação, seguido de um dia de descanso, enquanto que o Enuma Elish descreve a criação de seis deuses e um dia de descanso. Em ambos a criação é feita pela mesma ordem, começando na Luz e acabando no Homem. A deusa Tiamat é comparável ao Oceano no Gênesis, sendo que a palavra hebraica para oceano tem a mesma raiz etimológica que Tiamat.

Estas semelhanças levaram a que muitos estudiosos tivessem chegado à conclusão que ou ambos os relatos partilham a mesma origem, afinal, boa parte dos relatos teológicos/teogônicos possuem inúmeras semelhanças, como se bebessem da mesma fonte, a mesma essência em roupagens diferentes.




O LIVRO DA MAGIA SAGRADA 
DE ABRAMELIN, O MAGO

Imagem ilustrando conceitos alquímicos, contendo um sol e estrelas, uma árvore e casas dentro de um globo, um homem vestido de vermelho tenta sair desse globo para a parte de fora onde há engrenagens, uma ilustração abstrata contendo simbologia da alquimia.

O Livro da Magia Sagrada de Abramelin, o Mago, também nomeado como O Livro de Abramelin, conta a história de um mago egípcio chamado Abramelin que ensina um sistema de magia a Abraão, o Judeu, alguém que viveu de 1362 a 1458, o rito é real e muitos ocultistas dizem o ter praticado.

Resumidamente, a Sagrada Magia de Abramelin trata-se de evocações/invocações – mas, obviamente, não da mesma forma que a Magia Enochiana. Nela, antes de mais nada, você precisa alcançar o conhecimento e a conversação com o seu Sagrado Anjo Guardião.

Acredita-se tenha sido essa obra a principal responsável pela disseminação do conceito de Anjos da Guarda em nível popular, exercendo tremenda influência no Hermetismo, no Rosacrucianismo e no Neopaganismo.

O Livro de Abramelin é dividido em três livros menores.

O primeiro é a autobiografia de um certo Abraham, o Judeu, que procura a verdadeira e sagrada Sabedoria, e que acumula várias decepções nessa busca. 

Ele aprende várias formas de magia, mas as acha apáticas, e os seus praticantes menos do que reivindicam ser. Nos últimos momentos antes de abandonar sua busca, Abraham se encontra com um perito egípcio, chamado Abramelin, que concorda em lhe ensinar a Magia Sagrada.

O segundo livro é composto pelas instruções para a Magia Sagrada que Abraham reivindica ter copiado à mão do original de Abramelin. 

Contem também advertências contra o uso de qualquer outro Grimório, sigilos ou nomes bárbaros de prece, e relaciona uma alternativa maravilhosa para as Horas Mágicas Salomônicas, em detalhes.

O terço final do livro é uma coleção de Talismãs, formados por quadrados-mágicos, aos quais os príncipes e espíritos demoníacos têm que jurar se submeter. Cada talismã pode ser usado para obrigar um espírito a executar uma tarefa, em muito semelhante ao que é receitado nas Clavículas de Salomão 

(Saiba mais sobre as Clavículas de Salomão clicando aqui).



LIBRI SIBILLINI - OS LIVROS DO DESTINO 

Ilustrações de exemplares dos Livros do Destino, também conhecidos por Libri Sibillini


Eram os últimos anos do século 6 a.C. quando uma viajante entrou pelos portões de Roma e pediu uma audiência com Tarquínio, governante da cidade. 

A estrangeira trazia 9 livros que continham “revelações divinas”. Pediu 300 peças de ouro pelo lote, provavelmente escrito em folhas de palmeira ou papiro, já que não havia pergaminhos na época. Tarquínio recusou. Irritada, a desconhecida queimou 3 livros e ofereceu os restantes pelo mesmo preço. 

Proposta negada, ela destruiu outras 3 obras e repetiu a pedida. Impressionado, Tarquínio consultou seus sacerdotes e comprou os livros sobreviventes. Em seguida encerrou os volumes numa cripta subterrânea sob o Templo de Júpiter Capitolino – o mais importante da cidade.

Esse relato foi narrado por diversos historiadores antigos. Lactâncio, que viveu no século 3 d.C., afirmou que a desconhecida era Sibila de Cumas, sacerdotisa do deus Apolo, que tinha o dom da clarividência. Seus livros estariam repletos de profecias. Hoje, sabe-se que a maior parte da história não passa de lenda. 

O que não resolve o mistério. Por exemplo: havia, de fato, uma coleção de obras misteriosas nos subterrâneos do Templo de Júpiter. Era conhecida como Libri Fatales, os “Livros do Destino”, ou Libri Sibillini, os “Livros da Sibila”.

 Ilustração representando Sibila de Cumas.

Escritos em grego, os volumes só podiam ser manuseados por sacerdotes conhecidos como quindecemviri, ou “os quinze homens”, e sob ordem expressa do Senado. Revelar seu conteúdo rendia a pena de morte. 

Os livros eram consultados sempre que uma calamidade se aproximava. 

Interpretando os versos, os sacerdotes encontravam a solução para o problema e prescreviam construções de templos, orações ou sacrifícios humanos. A enigmática coleção foi destruída em 83 a.C., quando o Templo de Júpiter ardeu em chamas. De seu conteúdo, restaram apenas alguns poucos versos.

A origem dos Libri até hoje intriga historiadores. Para o francês Raymond Bloch, as obras foram escritas pelos etruscos – povo que habitava a Itália antes de Roma ser fundada – e traduzidas para o grego. Há quem opine que tudo não passava de embuste. “Os livros podem ter sido forjados pelo próprio Tarquínio, que usaria as profecias para justificar suas decisões”, escreveu a espanhola Concha de Salamanca no Dicionário del Mundo Clássico.

A história dos Libri não acabou com o incêndio do templo. 

Até o século IV, escritores forjaram cópias da coleção para propagandear o cristianismo: os versos traziam previsões, “escritas séculos antes do nascimento de Jesus”, que falavam sobre a vinda do Messias. 

As farsas circularam pela Europa durante séculos e foram reunidas num único volume pelo editor Servatius Gallaeus, na Holanda. Isso em 1689.



PICATRIX

Ilustração da capa do livro Picatrix

Picatrix é um trabalho de composição que sintetiza trabalhos mais antigos sobre magia e astrologia. Uma das interpretações mais influentes sugere que ele deve ser considerado como um "manual de magia talismânica".

 Pesquisadores o resumem como "a exposição mais completa da magia celestial em árabe", indicando as fontes para o trabalho como textos sobre Hermetismo, Sabedoria, Islamismo, Alquimia, Astrologia e Magia, produzidos no Oriente Médio nos séculos IX e X dC.

Originalmente escrito em árabe, o Picatrix foi um dos primeiros textos e mais importantes escritos sobre magia astrológica. 

Ele também detém a distinção de ser um dos maiores grimórios da história. Embora seja impossível confirmar quem realmente escreveu, é frequentemente atribuído ao matemático Andaluz Ahmad Al-Majriti.

O livro foi traduzido para o latim em 1256 e se tornou extremamente influente na magia ocidental, sendo usado até mesmo por magos do Renascimento, como o aclamado Cornelius Agrippa e Marsilio Ficino. 

O Picatrix continha feitiços que variavam desde "como destruir uma cidade com o Ray of Silence" para "como influenciar os homens à distância."

 O texto também tinha uma série imagens mágicas com uma detalhada lista de seus usos. Vindo a ser bastante cobiçado por ocultistas arcaicos e modernos.



AURORA CONSURGENS

Ilustração de capa do livro Aurora Consurgens, de São Tomás de Aquino

Aurora Consurgens contém um tratado de alquimia medieval, geralmente atribuído à Tomás de Aquino, o manuscrito contém trinta e oito belas (e surrealistas) pinturas alquímicas feitas em aquarela.

Um casal de gêmeos siameses é embalado por um pássaro gigante 
(como vocês podem ver na ilustração da capa). 

Enquanto isso, dois cavaleiros cruzam lanças montados em feras monstruosas: 

O primeiro usa um elmo feito de raios de sol, o segundo tem 3 rostos semelhantes às fases lunares. Mais adiante, uma criança nua, com a cabeça estraçalhada, arranca pedaços do tórax e os oferece a um companheiro. Sob as asas negras de um corvo, um macaco sorridente toca violino.

Não, meu caro leitor, essas cenas não estão em um quadro de Salvador Dali. 

As imagens descritas acima fazem parte dos tesouros gráficos do Aurora Consurgens – em latim, “Aurora que Surge”, escrito entre os séculos 13 e 15, um dos livros mais obscuros da Idade Média. 

Grande parte do seu mistério gira em torno do nome do autor. 

De acordo com tradições medievais, esse seria o último livro escrito por são Tomás de Aquino, um dos maiores pensadores do cristianismo.

Considerado incompreensível pela maioria dos estudiosos, Aurora pertence a um gênero há muito desaparecido: o tratado alquímico. A alquimia era uma espécie de ciência primitiva, que misturava química, filosofia, astrologia e misticismo. 

Seus praticantes dedicavam-se a uma tarefa digna de contos fantásticos: 

Encontrar a fórmula da “pedra filosofal”, substância capaz de (metaforicamente) converter metais em ouro e de prolongar a vida. 

As imagens podem ser vistas como metáforas para os processos de transformação – um animal macho e um animal fêmea juntos, por exemplo, poderiam simbolizar a união do enxofre com o mercúrio, substâncias que os alquimistas consideravam opostas.

Pintura feita em aquarela, representando conceitos de alquimia, parte do livro Aurora Consurgens, de São Tomás de Aquino.

Durante centenas de anos, o Aurora foi uma das obras mais raras do mundo ocidental. Suas cópias limitavam-se a manuscritos esparsos. 

Até que no início do século 20 uma reprodução foi casualmente descoberta por um bibliófilo famoso: o psicólogo suíço Carl J. Jung, que ficou hipnotizado pelas imagens fantasmagóricas e interpretou os símbolos alquímicos do Aurora como alegorias do inconsciente humano. 

Jung levava a sério a versão que atribuía a obra a São Tomás. Para ele, o livro era uma transcrição das últimas palavras do filósofo, pronunciadas em seu leito de morte no mosteiro de Santa Maria della Fossa-Nuova, na Itália. 

A hipótese é apoiada nos relatos de alguns biógrafos que afirmam que o santo morreu em estado de perturbação mental, assombrado por delírios místicos e visões do além. “À primeira vista, o Aurora parece um texto esquizofrênico, com múltiplos sentidos divergentes”, diz Gelson Luis Roberto, presidente do Instituto Junguiano do Rio Grande do Sul. 

“Mas um olhar mais cuidadoso revela que, talvez, trate-se 
dos últimos estertores de uma mente brilhante.”



HYPNEROTOMACHIA POLIPHILI

Ilustração de capa do enigmático livro Hypnerotomachia Poliphili.

A obra tem biografia tão intrigante quanto o título da capa: Hypnerotomachia Poliphili, que numa tradução aproximada do grego significa “A Luta Amorosa de Poliphilo em um Sonho”. A autoria é desconhecida – apenas o editor é conhecido: Aldus Manutius, o primeiro impressor profissional da Itália.

Os livros impressos no século 15 são conhecidos como incunabula – de incunabulum, em latim, “berço” ou “princípio”. Raros, frágeis e belos, são objetos de desejo de qualquer bibliófilo. Em dezembro de 1499, chegou às estantes de Veneza um dos incunabula mais estranhos e controvertidos.

O Hypnerotomachia tem uma característica célebre: 

As magníficas ilustrações em litogravura. 

O livro representa uma revolução na história da tipografia. É uma obra de arte”, diz o empresário e bibliófilo José Mindlin, um dos poucos sul-americanos que contam com um exemplar na prateleira. 

Mas o que fez mesmo a fama do livro é o fato de ser um dos mais complicados de todos os tempos. Escrito numa mistura de latim, italiano, grego, hebraico, árabe e imitações de hieróglifos egípcios, a narrativa mistura pesadelos sanguinolentos, aventuras intricadas e devaneios eróticos, entremeados por comentários sobre literatura, arte e música. 

Fotografia de uma das páginas do livro Hypnerotomachia Poliphili.

O enredo é um labirinto: durante um sonho, Poliphilo parte em busca de sua amada, Polia, atravessando bosques, ruínas e cidades bizarras. Nesse cenário delirante, depara com deuses, ninfas e dragões. Um texto do século 16 sugeriu que a narrativa obscura e as ilustrações enigmáticas eram partes de um código alquímico. No best seller: O Enigma do Quatro, publicado no Brasil em 2005, os autores tentam encontrar significados ocultos nos jogos de palavras do livro. 

Sobre a misteriosa identidade do autor, existem apenas pistas. 

Por exemplo: alinhadas, as letras iniciais de cada um dos 38 capítulos formam a frase “Poliam Frater Franciscus Colonna Peramavit” – em latim:
“O Irmão Francisco Colonna amava Polia loucamente”. 

Sabe-se que na época havia dois Franciscos Colonna: um aristocrata romano e um monge dominicano – este, o maior suspeito. 

De acordo com os anais dominicanos, por volta de 1500 ele solicitou um empréstimo para ajudar na publicação de um livro. 

Na década de 1990, a estudiosa francesa Liane Lefaivre sugeriu nova hipótese: 

"O autor seria Leon Battista Alberti, espécie de artista multimídia do Renascimento, que era pintor, músico, arquiteto, filósofo, poeta e linguista." 

Com um currículo desse calibre, Alberti bem que poderia ter escrito o livro mais complicado da literatura ocidental.



O LIVRO DE SÃO CIPRIANO

Ilustração do livro de São Cipriano em capa preta.


Todo mundo conhece o nome São Cipriano pelo seu famoso livro. 

Na verdade, Cipriano nunca quis escrever um livro. Ele fazia suas anotações e manuscritos do que foi aprendendo ao longo dos anos. Séculos mais tarde, isso foi reunido e criaram assim o livro de São Cipriano. Essas anotações e manuscritos teriam sido escritos antes de sua conversão ao cristianismo.

Na verdade, hoje em dia existem vários e vários livros creditados a São Cipriano, incluindo o mais famoso deles: O Livro da Capa Preta, editado no Brasil pela editora ECO, dividido em 10 partes e extraído do Flor Sanctorum por Adérito Perdigão Vizeu. 

É a única obra que contem a famosa oração da Cabra Preta Milagrosa.

Em sua maioria, contem orações e rituais de magia negra e tratam de outras práticas relativas ao ocultismo.Também ronda sobre esses livros o mistério, pois em vários deles vem escrito: 

"Não é aconselhável emprestar este tomo"

Isso foi o suficiente para levantar-se várias suposições acerca da obra, há boatos afirmando que não deve-se guardar o livro em casa, pois a mesma pode pegar fogo, dentre outras invenções populares baseadas no medo.

Num aspecto geral, encontra-se instruções aos religiosos para tratar de uma moléstia, além de cartomancia, esconjurações e exorcismos. A Oração da Cabra Preta, Oração do Anjo Custódio e outras da crença popular também são inclusas, além dos rituais de como obter um pacto com o demônio, como desmanchar um casamento e da caveira iluminada com velas de sebo.

No Brasil, o Livro de São Cipriano é usado largamente nas religiões afro-brasileiras, e se tornou um "almanaque ocultista" de fácil acesso que se dilui na crendice popular. Há ainda os mitos que o cercam: muitos consideram ser pecado possuí-lo ou simplesmente tocá-lo, superstições... como afirmei acima, muitos ocultistas veem o livro como uma piada, um amontoado de superstições que não surtem nenhum efeito prático, já outros acreditam que algo de útil pode ser retirado de O Livro de São Cipriano, diversas perspectivas.

O certo é que esse é um dos livros mais polêmicos e misteriosos aqui no Brasil, atualmente um pouco esquecido, mas ainda causando medo em muitos.



OPERA OMNIA PARACELSI

Ilustração da capa da obra Opera Omnia Paracelsi, as obras completas de Paracelso.

A aura de mistério que cerca os Libri Fatales ou o Aurora Consurgens é alimentada pelo anonimato. Já as Opera Omnia Paracelsi, ou "Obras Completas de Paracelso" entraram para o panteão dos enigmas pelo motivo oposto: 

As lendas e controvérsias que cercam a figura de seu autor. 

O suíço Theophrastus Philipus Aureolus Bombastus, mais conhecido como Paracelso, é um dos autores mais esquisitos na história. Era médico, químico e astrólogo; baixinho, enfezado e beberrão. Viajou com uma pequena trouxa de roupa pela França, Suécia, Rússia. Há quem diga que ele foi até a China, que estudou os segredos dos sábios de Constantinopla.

Paracelso fez fama transcrevendo suas experiências. 

Para ele, o Universo tinha demônios, espíritos e bruxas. 

Magia e ciência se cruzavam. E o mundo guardava uma doutrina secreta, passada a cada geração por magos persas, sacerdotes egípcios e alquimistas medievais, que ensinava a transformar metais, prever o futuro e tratar doenças incuráveis. Os inimigos esbravejavam, mas não conseguiam resolver a contradição: parecia inexplicável que a ciência maluca de Paracelso funcionasse tão bem – ele conseguia curar mais gente do que seus críticos.


Ilustração de Theophrastus Philipus, vulgo Paracelso.

Ilustração de Theophrastus Philipus, vulgo Paracelso.


A maior parte dos seus escritos foi reunida na coleção Omnia Opera, publicada no século 16. Desde então, sua fama oscila de louco a visionário. 

“Ele é uma figura controvertida, no limite entre a ciência e o obscurantismo”, diz Jorge de Carvalho, antropólogo da Universidade Nacional de Brasília. 

Essa combinação de cientista moderno e feiticeiro medieval ainda é um enigma – e as páginas de seus tratados continuam enigmáticas como 5 séculos atrás.



A SAGA: OPERAÇÃO CAVALO DE TROIA

Ilustração da saga Cavalo de Tróia, do autor J.J.Benitez, na imagem podemos ver a capa dos oito livros pertencentes à saga.

Quando chegou na livraria, essa obra apesar de muito boa, foi classificada como ficção e não obteve um sucesso imediato. Bom, isso até o autor J.J.Benitez decidir dar umas entrevistas para divulgar a sua saga. 

Nessas entrevistas, provavelmente num golpe de marketing genial, Benitez afirmou que os livros eram baseados em fatos reais. 

Pronto, explodiu, virou bestseller. 

O fato ganhou força quando os críticos literários começaram a falar que ou o livro era cópia de algum manuscrito, tamanha era o grau descritivo contido ali ou estávamos perante um relato verdadeiro (ao subestimar Benitez, dizem que ele não era capaz de escrever o livro, eles ajudaram a promover ainda mais).

Em resumo, Operação Cavalo de Tróia é uma coletânea de dossiês divulgados em oito livros do autor J. J. Benítez, que narra uma missão da Força Aérea dos Estados Unidos na qual um módulo chamado “berço” é levado ao ‘passado’ com o propósito de comprovar a existência de Jesus Cristo. 

A missão é chamada de Operação Cavalo de Troia, e como de costume das forças militares Norte Americanas, não são revelados grandes detalhes dos métodos de física utilizados para a ‘reversão’, nada além de “novos conceitos da física quântica vindos da Europa” é dito. 

Conceitos obviamente, sigilosos também.

Um major, de nome não revelado, e um piloto voltam no tempo até a época de Jesus Cristo e presenciam muitos fatos narrados na Bíblia. Na verdade a Bíblia é tomada como referência, uma vez que contém as datas e eventos da época. 

Fornecem, também, dados da sociedade da época: costumes, leis (principalmente as leis do judaísmo), crenças (judaicas e pagãs, geografia, ambiente, etc). O major, que durante a viagem adota o nome de Jasão, é escolhido para a operação pelo seu ceticismo e imparcialidade, mas quando encontra Jesus – o Mestre – é tocado profundamente por sua mensagem e a narrativa ganha um tom delicado e humano.

Os detalhes da vida de Jesus, assim como as conversas em que ele fala abertamente sobre sua origem divina e sobre o que é a sua missão na Terra, deixam claro que a Igreja Católica teria passado longe da mensagem original

A diferença entre os acontecimentos presenciados pelo Major e os narrados nos textos sagrados é enorme, mas compreensível. 

Segundo as próprias observações da personagem, os evangelistas nem sempre estavam presentes aos acontecimentos que narraram anos depois e, mesmo quando estiveram, sua formação cultural não permitia que compreendessem totalmente os acontecimentos.

Segundo esta obra, a mensagem de Jesus fala de um Deus-pai – sempre bom e generoso. Um Deus que não exige templos nem rituais (nem dizimo). Algo que precisa ser vivenciado para ser compreendido, e que não pode ser comprovado, como desejavam os militares (e a ciência).



CODEX SERAPHINIANUS

Ilustração de capa do livro Codex Seraphinianus, de Luigi Serafini.


O Codex Seraphinianus é uma enciclopédia sobre um mundo imaginário, com um texto praticamente bastante enigmático e com mais de mil desenhos feitos pelo artista e arquiteto italiano Luigi Serafini entre 1976 e 1978. 

A primeira edição do livro foi publicada em 1981 pela editora Franco Maria Ricci. Em 2006, o livro foi relançado na Itália pela editora Rizzoli numa edição mais econômica, porém com excelente qualidade de impressão.

Durante trinta meses o artista italiano dedicou-se integralmente a dar forma ao Codex Seraphinianus, um livro de quase 400 páginas que, de maneira fantástica e visionária, reinterpreta a zoologia, a botânica, a mineralogia, a etnografia, a arquitetura dentre diversas outras áreas de estudo.

A estranha escrita da língua "serafiniana" (na verdade existe um outro termo para definir tal língua, como vocês poderão ver mais abaixo), que percorre o livro inteiro, expressaria as seções, as legendas de desenhos e a numeração. 

O todo forma um conjunto homogêneo e digamos que coerente graças à criatividade do artista presente em cada página. 

Muitos estudiosos do livro afirmam que é inútil buscar algum sentido em sua escrita. Para esses indivíduos a leitura do livro não passa de uma experiência visual. Pois essa era a área de Serafini como artista plástico. O próprio Serafini parece reforçar essa ideia. Em certa ocasião ele declarou que sua intenção ao escrever o Codex era criar confusão e curiosidade na mente do leitor, sensações semelhante às que temos, quando crianças, quando abrimos revistas e não entendemos nada do que está escrito, apenas “sentimos” as imagens.



A FILOSOFIA DA VIAGEM NO TEMPO

Ilustração contendo um exemplar do livro A Filosofia da Viagem no Tempo, obra popularizada pelo filme Donnie Darko, que foi inspirado em tal obra.

A história de como esse livro foi escrito é um tanto confusa e retrata a loucura de uma freira ou talvez uma verdade desconhecida por todos (inclusive, Donnie Darko, um título cult do cinema, foi inspirado nesse livro). 

O prefácio, datado de Outubro de 1944 é usado como agradecimento a seis freiras de Saint John, Alexandria – Virgínia, pelo suporte que deram a Roberta Sparrow na decisão de escrever o livro. 

Consciente de que a obra que escreveu poderia não ser apenas uma obra de ficção, Roberta Sparrow pede ao destinatário do livro que, no caso de viver a experiência por ela descrita, a procure, no caso de ainda se encontrar viva. 

Esta passagem está claramente marcada no filme Donnie Darko, onde a “avó morte” verifica várias vezes a sua caixa de correio, na esperança perpétua de ter recebido uma carta que confirme que o seu texto é não-fictício, antes que seja tarde demais. Donnie acaba por escrever-lhe a tão desejada carta, estando abaixo esta mesma na íntegra:

”Querida Roberta Sparrow,

Aproximei-me de si no seu livro e há tantas coisas que preciso perguntar-lhe. 

Às vezes tenho medo do que possa dizer-me. Às vezes tenho medo que me diga que isto não é uma obra de ficção. Só posso esperar que as respostas cheguem no meu sono. Espero que quando o mundo acabar, eu possa respirar aliviado, porque haverá tanto porque esperar…”


O prefácio do livro diz: 

“O propósito deste pequeno livro é para ser usado como um guia direto e simples em um momento de grande perigo. Eu rezo para que isto seja simplesmente uma obra de ficção. Se não for, então eu rezo por você, o leitor deste livro. Se eu ainda estiver viva quando os acontecimentos prenunciados nestas páginas ocorrerem, então espero que você me encontre antes que seja tarde demais.”


Abaixo segue um resumo do que é descrito no livro:



UNIVERSO TANGENTE



O Universo Primário é tendencioso à grande caos, guerra, praga, fome e desastres naturais são comuns. A morte vem para todos, a Quarta Dimensão do Tempo é uma construção estável, porém não impenetrável, incidentes quando o tecido da Quarta Dimensão se torna corrompido são incrivelmente raros, se um Universo Tangente ocorrer, será altamente instável, se sustentando não mais do que por algumas semanas e eventualmente vai colidir consigo próprio, formando um buraco negro junto ao Universo Primário capaz de destruir toda a existência.



ÁGUA E METAL

Água e metal são os elementos da viagem no tempo, água é o elemento barreira para a construção de Portais Temporais usados como portais entre os Universos no Vórtex Tangente, já o metal é o elemento transicional para a construção dos Artefatos.



OS ARTEFATOS E OS VIVOS

Quando um Universo Tangente ocorre, aqueles vivendo ao redor do Vórtex vão se encontrar no epicentro de um perigoso novo mundo, os Artefatos providenciam os primeiros sinais de que um Universo Tangente ocorreu, se um Artefato ocorrer, os Vivos vão recebê-lo com grande interesse e curiosidade, os Artefatos são feitos de metal, assim como a flecha das antigas civilizações Maias, ou como a espada de metal da Idade Média. 

Artefatos que retornaram ao Universo Primário geralmente são conectados à iconografias religiosas, uma vez que sua aparição na terra desafia a lógica e a razão, intervenção divina é tratada como a única conclusão lógica para o aparecimento dos Artefatos.



RECEPTORES VIVOS

Os Receptores Vivos são escolhidos para guiar os Artefatos em posição para a jornada de retorno até o Universo Primário, não se sabe como ou porque o Receptor será escolhido, o Receptor Vivo é abençoado com poderes quadri-dimensionais, estes incluem superforça, telecinesia, controle mental, e a habilidade de conjurar fogo e água. 

O Receptor Vivo é constantemente atormentado por sonhos aterrorizantes, visões e alucinações; durante seu tempo no Universo Tangente, aqueles que rodeiam o Receptor Vivo, conhecidos como Manipulados vão temê-lo e vão tentar destruí-lo.



OS MANIPULADOS VIVOS

Os Manipulados Vivos geralmente são amigos próximos e vizinhos do Receptor Vivo, estão expostos ao irracional, ao bizarro e ao comportamento violento, esse é o infortúnio resultado de sua tarefa, que é ajudar o Receptor Vivo a enviar o Artefato de volta ao Universo Primário, os Manipulados Vivos vão fazer de tudo para se salvar do oblívio.



OS MANIPULADOS MORTOS

Os Manipulados Mortos são mais poderosos que o Receptor Vivo, se uma pessoa morre durante seu tempo no Universo Tangente, essa terá o poder de contactar o Receptor através da Construção Quadri-Dimensional. 

A Construção Quadri-Dimensional é feita de água, o Manipulado Morto irá manipular o Receptor Vivo usando a Construção Quadri-Dimensional (vide Apêndice A e Apêndice B), o Manipulado Morto irá armar uma Armadilha de Segurança para o Receptor, para ter certeza de que o Artefato retorne com segurança para o Universo Primário. 

Se a Armadilha de Segurança for bem-sucedida, o Receptor Vivo não terá escolha além de usar os seus poderes quadri-dimensionais para mandar o Artefato de volta no tempo até o Universo Primário antes que o Buraco Negro entre em colapso consigo mesmo.



SONHOS

Quando os Manipulados Vivos acordam de sua jornada através do Universo Tangente, são perseguidos por essa experiência nos seus sonhos, muitos deles não irão se lembrar, aqueles que se lembrarem da Jornada, sentirão um grande remorso pelos pesares de suas atitudes vividas nos seus Sonhos, a única evidência física enterrada junto ao próprio Artefato, tudo que resta do mundo perdido. Mitos antigos nos dizem sobre o guerreiro maia morto com uma flecha que cai de um penhasco, aonde não tinha exército ou inimigos achados, também nos foi dito sobre o cavaleiro medieval misteriosamente morto pela espada que ainda não havia sido feita.

Nos foi dito que as coisas acontecem sem uma razão.


O Apêndice do Livro conta com duas ilustrações de Sparrow, mostradas abaixo:

Apêndices do livro A Filosofia da Viagem no Tempo, de Roberta Sparrow, contendo a anatomia humana, explicando como viajar no tempo utilizando o corpo como uma nave.




O LIVRO DE URÂNTIA

Ilustração de capa de O Livro de Urântia, cujo autor é desconhecido.

O Livro de Urântia é uma obra literária, composta por 197 documentos escritos originalmente em inglês, traduzido recentemente para mais idiomas e que serve como base ideológica de alguns movimentos religiosos e filosóficos.

Nas suas páginas, o livro refere ter sido compilado por um corpo de seres supra humanos das mais diversas ordens, o texto fornece uma surpreendente perspectiva das origens, história e destino humanos, constituindo para os seus leitores assíduos uma nova revelação para a humanidade.

A identidade dos autores materiais do livro é desconhecida e nunca foi reclamada, existindo por este motivo muitas teorias a respeito da sua edição e autenticidade. O próprio livro refere que é assim para que nenhum humano possa ser proclamado “profeta” ou admirado de alguma forma por tal obra.

Embora seja uma fonte de inspiração e conhecimento para muitos líderes religiosos e instituições estabelecidas, religiosas ou não, não surgiu, até hoje, religião formal de seus ensinamentos. Grupos de estudo, fundações, sociedades, continuam surgindo, pois o livro é uma inspiração a debates para todos aqueles que tomam conhecimento de seu conteúdo. O próprio livro aconselha à não formação de uma religião instituída, referindo que esta deve ser pessoal.



REVELAÇÕES DESCRITAS NO LIVRO

Há uma explicação dentro de suas próprias páginas sobre sua origem e de como foi entregue aos seres humanos esses documentos, que constituem a Quinta Revelação de Urantia. Diz-se que foram autorizados por autoridades da alta Deidade e escritos por numerosas personalidades supra mortais. 

É chamada de “A Quinta Revelação de Época”, 
pois houve outras quatro grandes revelações no planeta. 

São Elas:



1. Dalamátia – O livro descreve com pormenor a chegada e o estabelecimento de um Príncipe Planetário em Urantia. Nesta altura fundou-se a cidade-modelo – Dalamátia – e suas escolas começaram a revelar ao mundo a verdade sobre o Pai Universal – um Deus Único. Foi a primeira revelação organizada da verdade, há cerca de 500 mil anos atrás.



2. Adão e Eva – Adão e Eva chegaram ao nosso mundo há quase 38 mil anos, e se estabeleceram no Jardim do Éden. Os ensinamentos de Adão e Eva constituem a segunda revelação do Pai Universal às raças humanas.



3. Melquisedeque – Maquiventa, um Filho da Ordem dos Melquisedeques, geralmente conhecidos como filhos emergenciais, que aceitou a missão de vir a esse mundo, pois a verdade outrora revelada estava ameaçada de extinção. Maquiventa auto outorgou-se nesse mundo no ano de 1973 a.C. durante o tempo de Abraão, onde era chamado de Melquisedeque o sábio de Salém. 
Ele fez renascer na mente humana o conceito de Deus-Pai Único, Criador e Sustentador de todas as coisas.



4. Jesus de Nazaré – O Filho Criador do nosso universo local, nasceu em Belém no ano 7 a.C.. Viveu como um modelo para todos nós, dando o exemplo de vida, até chegar a sua hora de revelar ao mundo a grande verdade de que todos somos filhos de um único Pai, sem distinção de raça, cor, credo ou condição físico-social. Essa foi a quarta revelação da verdade em nosso mundo.



CODEX GIGAS

Fotografia do Codex Gigas em exibição em um museu.


O Codex Gigas (do Latim: Livro Gigante) é considerado o maior manuscrito medieval existente no mundo. 

Foi criado no início do século XIII, presumivelmente no mosteiro beneditino de Podlažice na Boémia (atual República Checa), e agora está preservado na Biblioteca Nacional da Suécia, em Estocolmo. 

É também conhecido como a Bíblia do Diabo, devido a uma grande figura do diabo no seu interior e da lenda em torno da sua criação.

Segundo a lenda, o escriba foi um monge que quebrou os votos monásticos e foi condenado a ser executado. A fim de evitar esta severa sanção, ele prometeu a criação, em uma única noite, de um livro que glorificaria o mosteiro para sempre e que incluiria todo o conhecimento humano. 

Perto da meia-noite, ele teve a certeza que não conseguiria concluir esta tarefa sozinho e, por isso, fez uma oração especial, não dirigida a Deus, mas ao "querubim banido Satanás", pedindo-lhe que o ajudasse a terminar o livro em troca da sua alma. O monge "vendeu, assim, a sua alma ao diabo". 

O diabo concluiu o manuscrito do monge e foi acrescentada uma imagem do diabo como agradecimento pela sua ajuda.

Apesar desta lenda, o códice não foi proibido pela Inquisição e foi analisado por muitos estudiosos ao longo dos tempos.

Ilustrações que mostram o Codex Gigas, também conhecido como a bíblia do diabo, as imagens demonstram o desgaste das páginas pelo tempo, o tamanho enorme do livro assim como a página mais famosa que mostra a imagem do que dizem ser o diabo.

O manuscrito contém figuras decoradas (iluminuras) em vermelho, azul, amarelo, verde e dourado. 

As letras maiúsculas que iniciam os capítulos estão elaboradamente decoradas com motivos que, frequentemente, ocupam grande parte da página. 

O Codex tem um aspecto uniforme pois a natureza da escrita não é alterada em toda a sua extensão, não evidenciando sinais de envelhecimento, doença ou estado de espírito do escriba. Isto levou a que se considerasse que todo o texto foi escrito num período de tempo muito curto. 

No entanto, atendendo ao tempo necessário à marcação das guias de delimitação das linhas e das colunas, à escrita do texto, e ao desenho e pintura das ilustrações, os peritos acreditam que o livro teria levado mais de 20 anos a ser concluído, o que contradiz a tal lenda.




O MANUSCRITO VOYNICH

Ilustração representando os conceitos abordados no Manuscrito Voynich.

Foi descoberto em 1912 na Villa Mondragone, em Frascati, perto de Roma, aquilo que representa um dos maiores enigmas do mundo. 

Junto de outros livros, um manuscrito misterioso e de conteúdo indecifrável até os dias de hoje, vem desafiando pesquisadores em etimologia (estudo da formação dos idiomas) e cientistas em várias áreas. 

Tudo teve início quando um comprador de antiguidades, o americano Wilfrid M. Voynich, adquiriu de um antigo colégio de jesuítas na Itália um estranho livro de caracteres indecifráveis até os tempos atuais, tendo em anexo uma carta com data de 1666 se referindo ao antigo proprietário do livro, o imperador Rodolfo II, da Boêmia (hoje região da Alemanha).

O livro estranho foi parar em Nova York depois de morte de Voynich e sua esposa. Por sua vez, o comprador, Hans P. Krauss, o doou para a biblioteca da Universidade de Yale. O livro estranho foi parar em Nova York depois de morte de Voynich e sua esposa. Por sua vez, o comprador, Hans P. Krauss, o doou para a biblioteca da Universidade de Yale.

Não há muito o que se comentar sobre o mesmo.

A mensagem que o livro procura passar ainda permanece indecifrável.



NECRONOMICON

Ilustração da capa de um dos exemplares do livro Necronomicon, de autoria de Abdul Alhazred, popularizado pelo autor de horror cósmico H.P. Lovecraft e posteriormente por obras cinematográficas como A Morte do Demônio.

O Necronomicon (Livro de Nomes Mortos) também conhecido por Al Azif (Uivo dos Demônios Noturnos) foi escrito por Abdul Alhazred, em torno de 730 d.C, em Damasco. Ao contrário do que se pensa, não se trata somente de um compilado de rituais e encantos, e sim de uma narrativa dividida em sete volumes, numa linguagem obscura e abstrata. 

Alguns trechos isolados descrevem rituais e fórmulas mágicas, de forma que o leitor tenha uma ideia mais clara dos métodos de evocações utilizados. 

Além de abordar também as civilizações antediluvianas e mitologia antiga, tendo sua provável base no Gênese, no Apocalipse de São João e no apócrifo Livro de Enoque.

 Reúne um alfabeto de 21 letras, dezenove chaves (invocações) em linguagem enochiana, mais de 100 quadros mágicos compostos de até 240 caracteres, além de grande conhecimento oculto. 

Segundo o Necronomicon, muitas espécies além do gênero humano habitaram a Terra. Estes seres denominados Antigos, vieram de outras esferas semelhantes ao Sistema Solar. São sobre-humanos detentores de poderes devastadores, e sua evocação só é possível através de rituais específicos descritos no Livro. Até mesmo a palavra árabe para designarantigo, é derivado do verbo hebreu cair. 

Portanto, seriam, em linguagem popular, Anjos Caídos.

Ilustrações do livro Necronomicon.

O autor do Necronomicon, Abdul Alhazred, nasceu em Sanna no Iêmen. 

Em busca de sabedoria, vagou de Alexandria ao Pundjab, passando muitos anos no deserto despovoado do sul da Arábia. Alhazred dominava vários idiomas e era um excelente tradutor. Possuía também habilidades como poeta, o que proporcionava um aspecto dispersivo em suas obras, incluindo o Necronomicon. 

Abdul Alhazred era familiarizado com a filosofia do grego Proclos, além de matemática, astronomia, metafísica e cultura de povos pré-cristãos, como os egípcios e os caldeus. Durante suas sessões de estudo, o sábio acendia um incenso que combinava várias ervas, entre elas o ópio e o haxixe.

Alhazred adaptou a interpretação de alguns neoplatonistas sobre o Necronomicon. Nesta versão, um grupo de anjos enviado para proteger a Terra tomou as mulheres humanas como suas esposas, procriando e gerando uma raça de gigantes que se pôs a pecar contra a natureza, caçando aves, peixes, répteis e todos os animais da Terra, consumindo a carne e o sangue uns dos outros. Os anjos caídos lhes ensinaram a confeccionar joias, armas de guerra e cosméticos; além de ensinar encantos, astrologia e outros segredos.

Existe uma grande semelhança dos personagens e enredos das narrações do Necronomicon em diversas culturas. O mito escandinavo do apocalipse, chamado Ragnarok, é sugerido em certas passagens do Livro; além dos Djins Árabes e Anjos Hebraicos, que seriam versões dos deuses escandinavos citados. Este conceito também é análogo à tradição judaica dos Nephilins.

Uma tradução latina do Necronomicon foi feita em 1487 pelo padre alemão Olaus Wormius, que era secretário de Miguel Tomás de Torquemada, inquisidor-mor da Espanha. É provável que Wormius tenha obtido o manuscrito durante a perseguição aos mouros. 

O Necronomicon deve ter exercido grande fascínio sobre Wormius, para levá-lo a arriscar-se em traduzi-lo numa época e lugar tão perigosos. Uma cópia do livro foi enviada ao abade João Tritêmius, acompanhada de uma carta que continha uma versão blasfema de certas passagens do Gênese. 

Por sua ousadia, Wormius foi acusado de heresia e queimado juntamente com as cópias de sua tradução. Porém, especula-se que uma cópia teria sobrevivido à inquisição, conservada e guardada no Vaticano.

O percurso histórico do Necronomicon continua em 1586, quando o mago e erudito John Dee anuncia a intenção de traduzi-lo para o idioma inglês, tendo como base a versão latina de Wormius. No entanto, o trabalho de Dee nunca foi impresso mas chegou até as mãos de Elias Ashmole (1617-1692), estudioso que os reescreveu para a biblioteca de Bodleian, em Oxford. 

Assim, os escritos de Ashmole ficaram esquecidos por aproximadamente 250 anos, quando o mago britânico Aleister Crowley (1875-1947), fundador da filosofia da Thelema, os encontrou em Bodleian. Thelema é regido pelo Livro da Lei, obra dividida em três capítulos na qual fica evidente o "plagio" da obra de Jonh Dee. No ano de 1918, Crowley conhece a modista Sônia Greene e passa alguns meses em sua companhia. Sônia conhece o escritor Howard Phillip Lovecraft em 1921, e casam-se em 1924. 

Neste período, o autor lança o romance A Cidade Sem Nome e o conto O Cão de Caça, onde menciona Abdul Alhazred e o Necronomicon. 

Em 1926, um trecho da obra O Chamado de Cthullu menciona partes do Livro da Lei, de Crowley. Portanto, o ressurgimento contemporâneo do Necronomicon deve-se a Lovecraft, apesar de não haver evidências de que o escritor tivesse acesso ao Livro dos Nomes Mortos.

Algumas suposições aludem a outras cópias que teriam sido roubadas pelos nazistas na década de 30. 

Ainda nesta hipótese, haveria uma cópia do manuscrito original feita com pele e sangue dos prisioneiros dos campos de concentração, que na 2ª Guerra foi escondida em Osterhorn, uma região montanhosa localizada próxima a Salzburg, Áustria. Atualmente, não é provável que ainda exista um manuscrito árabe do Necronomicon. 

Uma grande investigação levou a uma busca na Índia, no Egito e na biblioteca de Mecca, mas sem sucesso, o livro permanece um grande mistério.


Adaptado e organizado por: David Alves Mendes 

Comentários

Postar um comentário