Orquestra Feminina de Auschwitz ou Orquestra de Meninas de Auschwitz foi uma orquestra de mulheres existente no campo de concentração de Auschwitz, criada em junho de 1943 por uma professora de música polonesa, Zofia Czajkowska, por ordem da SS. As integrantes eram jovens prisioneiras do campo, a maioria delas judias, cuja participação na orquestra as impediu de serem enviadas às câmaras de gás ou aos trabalhos forçados até a morte. Com o tempo, Czajkowska foi substituída no comando da orquestra por Alma Rosé, sobrinha do compositor austríaco Gustav Mahler, que, antes de ser aprisionada em Auschwitz, era maestra de uma orquestra feminina em Viena. Rosé morreu campo por envenenamento.
A orquestra tocava nos portões do campo quando os grupos de prisioneiros saíam para trabalhar e quando voltavam. Durante os últimos momentos do Holocausto, quando as deportações em massa de judeus da Europa Oriental ocorriam e um grande número de judeus que chegavam ao campo eram enviados diretamente às câmaras de gás, a orquestra era obrigada a tocar para acalmar os espíritos dos condenados. A música preservava a ilusão de que os prisioneiros seriam transportados para o Leste e permitiam à SS matar com mais eficiência e rapidez.
Em 1 de novembro de 1944, as integrantes judias da orquestra foram evacuadas num vagão de gado para Bergen-Belsen, onde não havia nem orquestras nem privilégios. Em 18 de janeiro de 1945, dias antes da libertação de Auschwitz pelos soviéticos, as integrantes não-judias, incluindo várias polonesas, foram evacuadas para Ravensbruck. Poucas delas sobreviveram.
A orquestra era composta por em média 40 integrantes, sendo que suas apresentações variavam, desde a chegada de novos judeus ao campo, em entretenimento aos soldados que queriam ouvir suas músicas favoritas, ou até mesmo no acompanhamento de pessoas que seriam executadas em câmaras de gás.
Essa manifestação musical foi uma tentativa de propaganda nazista para convencer quem estava do lado de fora que ali ainda havia um caráter humanitário, sendo que passavam a mensagem de um lugar que havia muito tempo de lazer com música ao vivo, mas poucos sabiam ou só os que ali dentro estavam, é que elas tocavam muitas vezes para os próprios assassinos de seus familiares durante até 10 horas por dia, uma profissão que uma nota errada poderia custar suas vidas.
Michel Dareon fez um documentário com as sobreviventes mostrando como essas mulheres musicistas tiveram a oportunidade de na música salvar a suas vidas.
O documentário se intitula "Bach em Auschwitz", você pode conferir em oito partes logo abaixo:
Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
Parte V
Parte VI
Parte VII
Parte VIII
O documentário possui um clima tenso por volta das lembranças obscuras dos momentos que todas passaram no domínio dos nazistas durante o holocausto, as histórias são contadas pelas próprias vítimas sobreviventes.
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