Estagnar ao sol, douradamente, como um lago obscuro rodeado de flores
E se manter estável em meio à lama de rancores e falsos amores,
Em meio toda a poluição que fede e exala odores
Saber que a vida é feita de horrores, temores, ódios, amores e redenção
Estagnado em um só ambiente repleto de escuridão,
Somente esperando o alvorecer no céu, incontáveis estrelas na imensidão
O céu psicodélico ilumina tal lago bélico, que torna úmido o frio da noite,
Gélido e cortante, brisa afiada, tão ceifadora quanto qualquer foice
Rodeado por conquistas e medalhas que ressaltam sua glória,
Outros verões, outras primaveras, ressaltando alguma memória
A influência vital do passado ao lembrar da chuva que o transbordou
O fez se sentir novamente vivo, renascendo em cada coração que inundou
Às suas margens brotam belas rosas regadas por vastos lençóis freáticos
Que se ligam como artérias, translúcidas até morrer, em um desejo sádico
O lago se transforma em cachoeira, seu desaguar vai a lugares práticos
Em uma metamorfose explicita, mostrando estático as águas de sua vida
Autor: David Alves Mendes
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