Textos dos Sarcófagos é a designação moderna atribuída a textos de caráter funerário produzidos na civilização do Antigo Egito a partir do Primeiro Período Intermediário, mas sobretudo durante o Império Médio.
Em resultado da desagregação do poder político no final do Império Antigo e das alterações culturais produzidas, a hipótese de gozar uma vida no Além deixou de estar reservada à realeza, alargando-se aos funcionários e, progressivamente, a toda a população egípcia.
Os Textos dos Sarcófagos, dos quais se conhecem mais de mil fórmulas, visavam proteger o defunto no Além e prover as suas necessidades. Foram inscritos na sua maioria em escrita hieroglífica cursiva no interior das paredes internas de sarcófagos de madeira retangulares (o que explica a designação de "Textos dos Sarcófagos"), embora também se conheçam inscrições realizadas em vasos canópicos, estelas, paredes dos túmulos e papiros.
Os textos retomam e adaptam as fórmulas dos Textos das Pirâmides, textos gravados no interior das pirâmides de reis da V, VI, VII e VIII dinastias. Contudo, verificam-se algumas novidades como a possibilidade do defunto assumir várias formas, bem como de regressar à terra para visitar os seus entes queridos. Enquanto que os Textos das Pirâmides apresentam a possibilidade do defunto se juntar ao deus solar Rá, os Textos dos Sarcófagos favorecem a união com Osíris. Saliente-se ainda que o acesso a uma vida no Além está sujeito a ter levado uma vida marcada pela prática de um comportamento justo.
Os Textos das Pirâmides (saiba mais clicando aqui) e os Textos dos Sarcófagos foram as principais fontes para o chamado "Livro dos Mortos", bastante popular no Império Novo, porém isso é assunto para outra postagem.
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