Estou sentado em minha cama, tremendo de medo. Estão vindo essa noite. Sei que estão. Estão vindo para mim. Não posso pará-lo essa noite. Tem muitos deles. Tudo que posso fazer é ficar aqui e rezar para que não me encontrem. Poderia correr, mas isso só os faria me procurar mais e mais. Eles me rastrearem onde quer que eu fosse.
Se eu correr, as coisas só vão piorar.
O que foi isso? Um barulho vindo lá de baixo. A porta da frente abre devagar. Passos, indo lentamente através das placas de madeira do chão.
É agora. Eles chegaram. O que eu posso fazer? Como posso me defender, apesar de julgar ser inútil resistir.
Me movo no escuro e seguro o objeto. Talvez isso me ajude a pará-los. O mais quieto o possível, me levanto. Desço as escadas quase me rastejando. A porta da frente está aberta deixando vento frio da noite entrar. Posso ver uma sombra na sala de estar, está se mexendo. Só uma sombra. Talvez seja mais fácil do que achei.
A sombra se revela ser um homem, olhando para o corpo morto de meus pais no chão da sala. Ao me ouvir, ele se vira, me olhando, apavorado, de olhos arregalados. Sem hesitar, ergo a arma em minhas mãos e aperto o gatilho. O barulho pareceu encher a casa toda.
O homem fica lá alguns segundos antes de cair, morto.
Não acho que ele era um deles ainda. Acho que ele só veio ver o que os barulhos altos mais cedo haviam sido.
Se ele fosse um deles, ele provavelmente estaria em um uniforme e me diria que eu estava preso.
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