Linha Direta

Linha Direta

Linha Direta foi um programa da Rede Globo, exibido nas noites de quinta-feira entre 1999 e 2007. O programa dedicava-se a apresentar crimes que aconteceram pelo Brasil e cujos autores estariam foragidos da Justiça.

Inicialmente era apresentado por Marcelo Rezende, até que em dezembro de 2001 o jornalista abandona a Rede Globo e em 2002 vai para a RedeTV! para apresentar o Repórter Cidadão e o Linha Direta passa a ser apresentado por Domingos Meirelles. O último programa foi exibido no dia 6 de dezembro de 2007.

Uma primeira versão do programa já havia sido produzida em 1990, com a apresentação de Hélio Costa. Nesta versão, diferente da atual, eram reconstituídos crimes famosos, como o "Caso Pedrinho",
com atores desconhecidos.

O programa fazia uma simulação dos fatos, sendo que se houvesse mais de uma versão, ambas eram apresentadas. Normalmente havia a apresentação de dois casos - às vezes até três casos no mesmo programa - e, ao final do programa, poderia ocorrer o relato de algum foragido que foi preso graças à ajuda do programa, que fornecia telefone ou e-mail e garantia o anonimato do denunciante. Desde sua estreia, o Linha Direta, através das denúncias anônimas, colaborou para a prisão de, até certo momento, 431 foragidos da Justiça. As simulações eram feitas por atores profissionais, embora quase sempre desconhecidos.

Linha Direta contava com uma central telefônica disponível 24 horas por dia e, a partir de 2000, com uma página na Internet para receber denúncias de telespectadores, sempre com garantia de sigilo total. A exibição dos retratos dos procurados nas chamadas do Linha Direta foi o suficiente para que eles fossem localizados. A popularidade do programa era tal que no presídio Aníbal Bruno, em Recife, três bandidos presos graças às denúncias do programa foram apelidados de “Linha Direta 1, 2 e 3”. Alguns foragidos se entregaram à justiça ao saberem que os seus casos estavam sendo produzidos pelo programa. O objetivo era impedir o programa de ir ao ar, porque eles já estariam presos. Também era uma forma de evitar que os crimes se tornassem conhecidos em todo o Brasil. Exemplos desses casos são: Nelson Carpen, um estelionatário de Santa Catarina; e Omar Souto, pintor de Goiás acusado de abuso sexual de menores de idade. Em ambos os casos, os programas foram exibidos pela emissora para não incentivar esse tipo de manobra.

Em setembro de 2002, representantes do Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos Humanos e de parentes de vítimas de crimes impunes entregaram à Rede Globo um abaixo-assinado solicitando a permanência do Linha Direta na programação da emissora. No documento, o programa é citado como de utilidade pública e de importância fundamental num país que não dispõe de um cadastro nacional de procurados.

Um ano depois, a Rede Globo recebeu na sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) a medalha Tiradentes, pela iniciativa de produzir e veicular o Linha Direta. A maior comenda oferecida pelo poder legislativo do Rio foi entregue ao jornalista Domingos Meirelles, em uma cerimônia que contou com a presença de representantes de entidades de direitos humanos e parentes das vítimas dos crimes retratados pelo programa. Além da entrega da medalha, a Alerj publicou no Diário Oficial do Estado uma moção honrosa que citava nominalmente cada funcionário envolvido na produção do Linha Direta.

O Linha Direta ocupava dois prédios do Projac, onde fica a maior parte da produção da Rede Globo.

Deixou de ser exibido em 2007. A justificativa para tal, de acordo com a Central Globo de Comunicação, em mensagem deixada no site do programa, foi: "A respeito das manifestações de entidades ligadas aos Direitos Humanos pela continuidade do programa Linha Direta - por seu reconhecido interesse público -, informamos que a Rede Globo passou a adotar o sistema de temporadas. Mesmo com êxito e importância comprovados, os programas têm sua exibição suspensa, passando por uma reavaliação para nova exibição futura."

Esse é um dos programas que marcou minha infância. Lembro-me vagamente de quando meus pais assistiam, e eu ficava na cama deitado encolhido assistindo sentindo aquele sentimento de receio e curiosidade.

O que gosto nesse programa é que o mesmo mostra que estamos cercados de monstros e não percebemos.
Muito foi especulado sobre a volta do programa à grade de programação da Globo, mas isso nunca aconteceu.

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