Ele estava sentado sozinho em um banco de sua rua, apenas observando a falta de movimento. Já passava de meia noite e dez minutos quando então aconteceu.
Antes de tudo vamos retroceder um pouco na história. Antes de sair de casa ele teria discutido com sua mãe por um motivo desconhecido (talvez banal). Para não ficar por lá, saiu por aí à caminhar pelas ruas, isso até se cansar, e quando cansou-se, voltou à sua rua para sentar-se em um banco que costumava quase sempre ficar sentado, porém ele nunca tinha ido por ali naquele horário.
Em um momento de distração enquanto olhava para a calçada sentiu algo passar na sua frente sem que ele percebesse, ao se virar assustado, viu apenas um vulto de um ser estranho com uma aparência humanoide dobrando a esquina. Ele até teria se levantado e corrido até lá para ver melhor o estranho sujeito, mas o arrepio que percorreu seu corpo não o permitiu, ele tinha certeza de que aquilo não era humano.
Esse é o motivo de ele não querer mais sair de casa, sua mãe acha que se trata da discussão que eles tiveram naquela noite, mas consegui arrancar a verdade dele aos poucos, que parecia aceitar o fato acontecido, mas não conseguia processar direito o que acontecera naquela noite, o que causou um certo trauma.
O pior de tudo é que ele não estava mentindo.
Hoje mesmo enquanto eu voltava da casa dele me senti no dever de escrever esse relato, logo após sair de lá e ouvir aquela curta história sem um pingo de sentido, fui até uma lanchonete próxima para matar a fome, e então me dirigi até o banco onde ocorrera o acontecido, e para falar a verdade, foram as duas horas e meia mais longas da minha vida, onde esperei por algo que com certeza não existia, sem falar que estava perdendo meu tempo procurando algo que nem acreditava existir.
Cheguei em casa por volta das 01:10 da manhã com uma sede enorme, logo me dirigi até a cozinha e enchi um copo de água até o ponto de vazar, mas não bebi a água, e nem sequer consegui segurar o copo quando ele deslizou de minhas mãos e se espatifou por inteiro no chão. Enquanto fitava a janela, vi a tal criatura passar diante de meus olhos, e sinceramente não tenho palavras para defini-la.
A única coisa que posso afirmar é que aquilo definitivamente não era humano.
Autor: David Alves Mendes
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